Um insight na mesa de jantar
Não é preciso passear pelas ruas aqui pra sentir que essa realmente é Jerusalém, uma cidade que na teoria deveria unir todos os povos do planeta e que de uma forma ou de outra, apesar dos problemas, acaba mesmo unindo uma parte deles.
Hoje eu resolvi esticar um pouco mais os estudos e, ao invés de descer pra jantar às 19h (como sempre, pontualmente), desci meia hora mais tarde. Então cheguei no refeitório, peguei minha comida, procurei os brasileiros (não encontrei) e sentei-me numa mesa com outra pessoa.
Quando me dei por conta, éramos 5 jantando na mesma mesa. Eu, um americano, uma neo-zelandesa, uma turca e uma iraniana. A gente conversava sobre a comida (horrorosa como sempre), mas de repente me veio um insight ou sei lá o quê, alguma coisa do gênero. Não é à toa que estamos todos aqui, cada um de uma parte do mundo, com sua própria língua, seus próprios costumes... e viemos todos parar no mesmo lugar: JERUSALÉM.
Fiquei pensando em mil coisas... de vez em quando acho que dá um tilt na minha cabeça e começa a vir um caminhão de pensamentos malucos, às vezes sem nexo.
Viver nessa cidade é conhecer todo dia uma pessoa nova, é se maravilhar com cada pedacinho de pedra que reveste um prédio, é se confundir com tantos idiomas diferentes que você precisa falar. Não sei em que outras partes do mundo sentam-se a mesa para jantar pessoas tão diferentes, mas ao mesmo tempo tão iguais, como em Jerusalém. Interpretem como quiser...
ps: um completo suplemento sobre os ataques terroristas no Egito está disponível no site do Jerusalem Post. É só clicar aqui!
ps: estou postando de luto pela morte do Fernando Sabino, o maior cronista brasileiro. "O Menino no Espelho" marcou minha infância. Nele, conta que que perguntam o que ele queria ser quando crescesse. Ele responde que "quando crescer, quero ser menino." Disso eu nunca vou esquecer. Descanse em paz, menino...
2 Comments:
Fala Carlinhos
Adorei o seu blog
Aquilo que vc colocou sobre as diferenças de países, linguas e culturas reunidas em Israel, eu já tinha percebido isso no shnat! Eu pensava e achava o mais maneiro de tudo no shnat esse encontro cosmopolitano, podemos dizer assim, dessa galera toda de diferentes partes do mundo, de todos os continentes. Isso á muito maneiro. Eu , no shnat, procurei aproveitar o maximo disso, como los hermanos de majon, nos encontros que tivemos, com aquelas australianas que foram no kibutz, se lembra?
É uma experiencia incrivel, e eu sentia que aquela oportunidade era unica, e eu sabia que deveria agarrá-la ali, porque tão cedo não surgiria outra como aquela que tivemos.
Vc está tendo essa oportunidade de conhecer mais, além doque simples aulas de geografia e mapas mundi nos ensinaram, cada giria, cada pedacinho de cultura, cada opinião. Vai fundo garoto (me achei o velho), faça novas amizades e aproveite o máximo essa experiência.
Falei bonito não? Dá até para vc fazer uma crônica.
Beijos
Golias
Pois é, Carlos, pelo que você escreveu, Jerusalém, mesmo não estando no Ocidente, também é uma cidade do mundo, do sincretismo. E tudo isso é muito enriquecedor para quem pode viver aí.
Bom, quanto ao Fernando Sabino, de quem eu era fã na minha infância e adolescência, guardarei na memória o que ele pediu para gravarem em sua lápide: "nasceu homem, morreu menino."
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