sábado, maio 20, 2006

Mais um gueto

"Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo os canhões."


Não adianta discutir.
A cultura israelense está mergulhada no exército. O país inteiro é influenciado pelo serviço militar.
Política e economicamente é totalmente sabido. O grande problema está, como disse, no aspecto cultural e social da população.

No Brasil, por exemplo, é comum dois jovens se conhecerem e conversarem sobre os mais diversos assuntos. Futebol, profissão, negócios, vida particular.
Em Israel, o papo sempre começa ou termina em "o que você fez na tzavá?"

A Tzavá (exército) determina a entrada do jovem na universidade, no mercado de trabalho.
Coloca jovens, que no caso do Brasil estariam escolhendo seu curso superior, em robôs condicionados a obedecer ordens e cumprir leis militares.
Por volta dos 24 e 25 anos, retornam de suas viagens volta-ao-mundo pós-tzavá (regadas a drogas e "libertação") e começam a pensar no que fazer da vida.

Mexe com o país. Na base. Lá no fundo.
Querendo ou não, o exército faz parte da vida de todo mundo.

Para os olim chadashim (os novos imigrantes), o grande mito está no fato da tzavá ser uma oportunidade gigante e sem precedentes do recém-chegado adentrar mais a fundo na sociedade israelense.
Sentir-se mais israelense justamente quando se está fora dela, quando é liberado do serviço obrigatório.

No meu caso, a história é diferente.
Senti uma certa frustação quando cheguei na base e deparei-me com quase 100 olim. Todos juntos para fazer a primeira parte do programa de 6 meses.

Ora bolas!
Perder a grande oportunidade de conhecer mais israelenses numa base em que mais parece um merkaz klitá (os famosos centros de absorção de olim)?
Fechar-se mais uma vez no "gueto" de imigrantes?
Abaixo, um pedaço do meu quarto (compartilhado com outras 20 cabeças) na base em Machvê Alon, no norte.



Existem, porém, vantagens.
Estou numa base de "educação", ao contrário do que acontecia normalmente com os imigrantes. Existe um plano, um projeto bacana de ajuda aos olim.
Lá, dá-se um grito e já aparecem três ou quatro para ajudá-lo. O que não acontecia antigamente.

Estou ainda matutando se foi uma vantagem ou desvantagem esse novo programa para olim. Se não seria desperdiçar um tempo destinado a mergulhar na sociedade, conviver com israelense.
Por outro lado, os responsáveis pelo projeto estão dispostos a ajudar.
É uma sinuca de bico.
O que vocês acham???

ps1: Querem me ver na base do exército?
Divirtam-se com o videozinho...




ps2: Visitem o Fotolog do Bean. Atualizadíssimo.
E no meio da semana tem mais audio post. Direto da base...

6 Comments:

At 4:33 PM, Anonymous Anônimo said...

Ae bean, muito legal o seu post em audio e também esse último com vídeo...

espero que tu aproveite esse tempo aí e que passe rápido para que tu volte para a casa e mantenha contato sempre com a gente.

abraços
lepra

 
At 7:03 PM, Anonymous Anônimo said...

ae bean! aproveita que voce tá no exercito aí e desce o dedo na galinha!

abraço.

 
At 7:47 PM, Anonymous Anônimo said...

Bean, tu e o Beg estão igaulzinho ao Recruta Zero. aproveita o tempo ai e fica falando eshehshehshehshesheeeeeeeeeeeeeeeeee olha a gordinha aiiiiiiiiiiiiiii, lembra dela?
beijos
Theo

 
At 8:09 PM, Anonymous Anônimo said...

Putz, mandei um sms hj de tarde pro Bean dizendo exatamente isso, que ele tah igual ao Recruta Zero!
Bean, vi a foto q tu mandou pro Gabo. Tah igualzinho... Mto boa!
T cuida guri e falamos no finde!
Bjs pra ti, Bines e Cesar

 
At 8:26 PM, Anonymous Anônimo said...

parabens!!
como voce conseguiu ficar sem tres quartos da cabeca do dedao do pe???



ps: mande um bjao pro ameixa (foi rosh da minha hadracha) e pro beg (presente na machane tnua!)

 
At 9:54 PM, Anonymous Anônimo said...

ae bean eu nao sei se isso é bom ou ruim pra sua inserção na sociedade israelense, mas deve ser demias ver o amexa fazendo flexão... vc e um privilegiado... e cuidado pra nao falar ale veagshem ou gritar um "mi anachnu"no final da contagem da machlaka. Um abraço!

 

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