Nem que fosse um monstro
"Era só mais um Silva, que a estrela não brilha.
Ele era funkeiro mas era pai de família".
Acabou a euforia.
Os médicos já reduziram a um nível mínimo os medicamentos que mantêm Ariel Sharon sedado, porém ele ainda não abriu os olhos. O dano cerebral aparentemente é mais grave e, segundo alguns especialistas, se não houve uma melhora até agora, e se houver uma melhora, levará muito tempo.
Médicos do hospital Hadassa Ein Kerem disseram (não-oficialmente) que quanto mais passa o tempo sem ele acordar, mais preocupante é.
O neurocirurgião argentino Félix Umansky, responsável pelo tratamento, afirmou que "é normal" que após a total eliminação do sedativo do organismo o paciente permaneça "adormecido" por dias ou semanas, sem mudanças bruscas em seu estado.
Não sei não.
O que é possível dizer sem nenhum "pé atrás" é que os dois argentinos da equipe médica viraram celebridades nacionais.
Na última quarta-feira, foram entrevistados pela respeitada jornalista (também argentina) Ilana Dayan em seu programa "Uvdá" ("Fato"), no canal 2.
Foram bastante simpáticos (quem diria!)
Falaram sobre as primeiras horas de Sharon na sala de cirurgia, o que passou por suas mentes, os procedimentos e os medicamentos.
Reconheço que me surpreendi. Com o profissionalismo e a consciência dos dois médicos.
Perguntado se sentiu algo especial em operar o cérebro do primeiro-ministro Sharon, o neurocirurgião José Cohen (o mais novo, na foto abaixo), com voz mansa, respondeu sem balbuciar.
"Sim, foi especial. Assim como um menino de 8 anos que chega atropelado, uma grávida de 23 ou 30 anos, uma idosa na cadeira de rodas. Foi especial."
Cohen também afirmou que não teria dúvidas que se estivesse caminhando pelas ruas de Rosário, na Argentina (sua cidade-natal) e fosse reconhecido, perguntariam à ele por que não deixou "esse monstro" morrer.
"Nem que fosse mesmo um monstro", respondeu.
Abaixo, alguns shots da entrevista.
ps1: Na imprensa árabe, nenhuma piedade.
Sharon continua tomando forma de demônio, vampiro, assassino...
Jornais jordanianos, sírios e egípcios publicaram um festival de cartoons debochando de Sharon. Aliás, não fizeram nada mais do que vêm fazendo há vinte anos.
Notícia velha.
Não há muito o que fazer. Faz parte do preço que o mundo paga pela imprensa livre.
A charge abaixo é do cartunista jordaniano Jalal al-Rafai, publicada no periódico al-Dustour. E olha que a Jordânia é, dos países árabes, o que possui melhores relações diplomáticas com Israel. Imaginem o que deve estar acontecendo lá pelas bandas da Pérsia...
Para ver mais charges, clique aqui!
ps2: É hora do jabá!
Há muito tempo a comunidade "Eu leio o Blog do Bean" no Orkut está respirando por aparelhos, abandonada como um indigente faminto.
O espaço continua aberto. Tanto lá quanto aqui.
Para ver (e entrar) na comunidade, clique aqui!
2 Comments:
Domingo a noite e apareci na casa da Dé para fazer um pouco de cosquinha nela...
Mudando de assunto, Israel está infestada de argentino, hein?
Abração,
Michel.
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