Sair ou não de Gaza? E como sair?
Nos últimos dois dias, o país tem parado para assistir, manifestar e discutir o programa de "hitnatkut" (desconexão) do primeiro-ministro Sharon. Ontem, travou-se mais um round.
Cheguei na Knesset (Parlamento) umas 7 da noite, junto com o Naresi (que é de direita, estava lá porque aceitou meu convite). Estava programada uma grande manifestação da esquerda israelense, com direito a discurso do Shimon Peres, justamente no momento em que o pau quebrava lá dentro (eu não assisti, mas teve gente que viu pela tv à tarde e disse que o Peres fez um discurso espetacular). A porta da Knesset estava realmente cheia, isso não posso negar. Mas o que se viu, mais do que um ato político, foi um ato midiático. Um show, um espetáculo da mídia... não para tentar influenciar a opinião dos membros da Knesset, e sim entrar com um link ao vivo para o jornal da noite. Antes de começar, um louco chegou no microfone e pediu para que as pessoas que seguravam bandeiras lá atrás fossem mais pra frente, para aparecer bem na tv (pffff....).
Tudo bem, me senti a vontade lá (não é a primeira nem a última manifestação da esquerda israelense que eu participo, aplaudindo discursos e ganhando adesivos e mais adesivos), mas esse joguinho "político" uma hora cansa.
Hoje é o dia D, a votação na Knesset. Espero que votem pela retirada de Gaza, mas não só por isso. O problema, na minha opinião, não é sair ou não de Gaza. Tem que sair, aquele território não é nosso, ninguém quer ver mais soldados morrendo lá. O problema é como sair, se com ou sem skem (acordo), em quanto tempo. Porque vai sair, é uma promessa do Sharon pro Bush. O que não é possível é decidir sair sem um programa sério e detalhado, o que dizem que a "tochnit hahinatkut" não é. Um dos maiores boatos da história de Israel é o que diz que a Guerra dos Seis Dias durou 6 dias. Ela já dura 37 anos!
Essa é a capa do jornal Yediot Acharonot de hoje, terça-feira. Em letras garrafais, a manchete: A DECISÃO.Vou tentar traduzir aqui procês mal e porcamente as partes mais importantes, ok? (para quem quiser ler a notícia via portal Terra, clique aqui!)
O Discurso - Sharon: "É a hora do destino de Israel. Em toda vida não sabia dessa decisão tão difícil. A ´desconexão` (retirada) irá nos fortalecer. Nenhuma espada sozinha vai decidir a luta nesse país"
O Drama - Netanyahu pressiona Sharon para aceitar o Plebiscito, mas espera-se que ele vote à favor (da retirada).
A Votação - À noite, às 20h, espera-se que a Knesset receba a decisão histórica. 65 membros da knesset apóiam a retirada de Gaza; 59 votarão contra.
Pesquisa - 65% à favor da retirada, 26% contra.
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