quinta-feira, novembro 25, 2004

Um país como outro...

Hoje foi um dia que me senti um pouco mais israelense. Passei metade da manhã na Prefeitura de Jerusalém, resolvendo tudo (ou quase tudo) que faltava para acertar a questão do aluguel do apartamento.
Aquela quantidade incalculável de funcionários públicos e a burocracia gigante até me fizeram sentir um pouco de saudade do Brasil, mas aquela confusão de religiosos, árabes, imigrantes e sei-lá-o-quê é digna de Jerusalém. Tive que conversar com umas 6 pessoas, passar por vários atendimentos, pagar taxas... vai ali, volta aqui, preenche ali. Aqui, me sinto em casa...
Mudando de assunto, ontem deu a louca em mim (pra variar...). "Quer fazer chapinha, Carlinhos? Vai ficar legal no seu cabelo..." Pronto, e lá fui eu. O resultado tá aí embaixo. Quando me vi no espelho, passei mal de rir. Ficou uma mistura de Xororó com o maluco do OutKast (ver a foto abaixo). Depois, fomos jogar cartas.Vou colocar na net, mais tarde, todas fotos da jogatina de ontem à noite. Hilário.

ORGULHO E VERGONHA

Por mais que muita gente negue e que tenha suas peculiaridades, Israel é um país como qualquer outro. Algumas coisas boas, outras ruins. Na capa do jornal impresso Haaretz (versão de língua inglesa) de hoje, quinta-feira, duas notícias me chamaram a atenção. Uma causou orgulho; outra vergonha.

Orgulho: A Suprema Corte Israelense ordenou que o Estado pague uma indenização de 1 milhão e 300 mil shkalim (cerca de 300 mil dólares) ao filho de uma prostituta assasinada há 7 anos em Tel-Aviv por cinco policiais. Baluria Ohayun, que viajava num táxi, foi parada pelos policiais que, desconfiando que ela escondia drogas dentro da boca, prenderam seu pescoço no vidro da janela. Ela morreu. Seu filho, que acaba de terminar o serviço miltiar obrigatório e se prepara para entrar na universidade, cresceu com a avó na cidade de Ashkelon, no sul. É a justiça sendo feita.

Vergonha: Uma ONG de Direitos Humanos filmou, no último dia 9, uma cena que chocou a todos. Num Machsom (checkpoint) do exército israelense que controla a passagem de palestinos, um soldado obrigou um palestino que passava com um violino a abrir a caixa e tocar para ele. Herman-Peled, o voluntário da organização, disse não acreditar no que via. Enquanto o palestino tocava o violino, os soldados observavam e um falava ao celular.

O exército de Israel, através de seu porta-voz, afirmou que tratou-se de uma "conduta insensata por parte dos soldados, e que o exército continua fazendo o possível para melhorar a situação nos checkpoints. Segundo o porta-voz, o "grave incidente" será investigado.

Herman-Peled, o voluntário, disse ter ficado envergonhado ao ver um palestino tocando para um soldado judeu. Segundo ele, era inevitável a associação com o Holocausto, com as histórias de judeus tocando para soldados nazistas nos guetos. Não estou falando aqui que se trata da mesma coisa, pelamordedeus. Mas que também fiquei envergonhado, ha sim, isso fiquei. Pra assistir o pequeno vídeo, clique aqui!

1 Comments:

At 12:15 AM, Anonymous Anônimo said...

Porra! O cara toca mal pra caralho!
Tinha que ter barrado esse filho da puta!

L.T. Hell Conected

 

Postar um comentário

<< Home