sábado, julho 23, 2005

Isso não seria viver

"Feliz é o destino da inocente vestal! Esquecendo o mundo e sendo por ele esquecida.
Brilho eterno de uma mente sem lembranças!
Toda prece é ouvida, toda graça se alcança."
Alexander Pope

Lembrei-me outro dia de um texto que ganhei apenas algumas horas antes de embarcar para Israel.
Foi de uma amiga, que hoje praticamente não temos contato, mas que tenho certeza que não vai se importar de eu postá-lo aqui.
Para quem não tiver paciência, pule logo para os "ps".

"O que seria da vida se pudéssemos saber o que acontece,de onde vêm as pessoas e pra onde elas vão?
O que cada um veio trazer e o que vão levar quando partir,
o que esperar de cada um,
quem vai superar nossasexpectativs, quem vai nos frustrar,
por que alguns vão antes da hora, por que alguns ficam tempo demais,
o que cada um representa,
o que cada um vai mudar no seu destino?

O que seria da vida se tudo estivesse traçado?
Esse aqui vai ser meu amigo.
Esse aqui terei um casinho de alguns meses e depois ele vai embora.
Esse aqui eu não posso confiar. Já esse vai ser meu grander amor, mas não serei correspondida, não preciso nem tentar.
Essa aqui vai me ajudar quando eu precisar dela.
Esse aqui vou encontrar daqui 10 anos e seremos como irmãos.
Essa amiga vai sumir, não terei nem notícia dela...

E assim iríamos viver, sem medo, sem expectativas, sem dor,
porque saberíamos exatamente o que fazer, o que falar e como agir com cada pessoa que atravessasse nosso caminho.
Mas...

A vida não é isso?
A vida não é ter expectativas, ter medos e frustrações?
A vida não é esperar ser correspondida, se surpreender com um amigo, ficar imaginando o que certa pessoa faz ao nosso lado, ou chorar sem entender por que outra pessoa partiu?
A vida não é colocar a cabeça no travesseiro a noite e pensar que aquela pessoa que você acabou de conhecer é tão legal que vocês podiam ser amigos pra sempre,
ficar achando 208 possibilidades para trombar com aquele menino da faculdade,
imaginar o que será que ele quis dizer quando disse aquilo, e porque sua amiga estava tão estranha com você hoje?

A vida é isso.
Vai se construindo a cada passo que damos, a cada pessoa que surge,
cada amigo que parte,cada palavra que ouvimos, cada sorriso, cada sentimento, medo, esperança, expectativa, dor...
O que seria da vida se pudéssemos saber o que acontece, de onde vêm as pessoas e para onde elas vão?
Não, isso não seria viver."

ps1: Nova pesquisa por amostragem veiculada pelo Yediot Acharonot.
Resultados interessantes.
55% dos jovens entre 15 e 18 anos é contra a desconexão de Gaza. 64% é também a favor da desobediência, com 29% contra.
68% se diz de direita, contra 23% "de esquerda".
Quanto aos adultos, 58% apóia o plano de hitnatkut do governo.
Fiquei preocupado quanto aos resultados. Isso quer dizer que a nova geração também carrega o mesmo ódio e o mesmo preconceito de parte dos mais velhos.
Ou pior.


Jovens laranjas...


ps2: Às vezes, o tiro sai pela culatra.
Um dos melhores e mais famosos grupos humorísticos de Israel (o trio "Ma Kashur?" - algo como "Qual é a conexão?") acaba de lançar um cd.
Bom, por sinal.
Nele, piadas e músicas.
No carro-chefe do cd, "Titnu lo Tchanss" ("Dêem à ele uma chance"), eles dizem que não é preciso ser um cantor famoso para cantar e fazer sucesso. Basta cantar "do coração".
É bem engraçado, o ritmo é bom...

Só que o que eles não esperavam é que a música fosse estourar.
Na última semana, ela ficou em primeiro lugar no ranking das mais tocadas da rádio Galgalatz. O clip é passado insistentemente no canal de música 24.
Tzion Baruch, o líder do trio, já virou celebridade. Os caras são bons.
Esperamos o DVD...


Ma Kashur?


Para ouvir algums faixas do CD, clique aqui!
Para crítica do álbum (em hebraico), clique aqui!
Para letra de "Titnu lo Tchanss" (em hebraico), clique aqui!

ps3: ShaBot 6000 é um cartoon.
Conta a história de um rabino que comprou um robô para trabalhar como "Goy de Shabat" em sua casa. "Shabes Goy" é uma pessoa não-judia que, de acordo com a lei judaica, pode, sob certas circunstâncias, executar para os judeus as tarefas que estes não podem fazer no Shabat. O Judaísmo proíbe qualquer tipo de trabalho no sábado.
Por esta razão, os religiosos costumar contratar um não-judeu para substituí-los nas atividades necessárias.
O robô, ShaBot, decide-se que é judeu, sendo conseqüentemente incapaz de cumprir seus deveres como o empregado. Gasta seus dias fazendo perguntas sobre Judaísmo, tentando encontrar a lógica em uma religião que muitas vezes não tem uma só resposta para as elas.

Ben Baruch, um descendente direto do Gaon de Vilna, faz perguntas frequentes sobre o judaísmo desde que era um garoto estudante de uma Yeshivá.
Quando seus questionamentos sobre a fé judaica começaram a ser desaprovadas pelos rabinos, decidiu usar o humor.
E usa muito bem.
Abaixo, uma das tiras...


ShaBot 6000


ps4: Só me faltava essa.
O marketing laranja chegou na Tailândia.
"Também somos contra a expulsão", diz o cartaz.
Sem comentários...


Laranjas na Tailândia


ps4: Espero que essa pegue.
É mais do que um slogan. É mais do que marketing.
É um sinal de esperança. Um sinal de convivência. De tolerância. No mínimo, entre "laranjas" e "azuis".


Ame como a você mesmo


"AME O PRÓXIMO COMO A VOCÊ MESMO."

2 Comments:

At 12:57 AM, Anonymous Anônimo said...

Aposto que algum israelense "Zé Graça" colocou o cartaz nas mãos dos carinhas e eles nem imaginam o que tá escrito.
Fiquei dez minutos naquele mapinha, e não tava entendendo nada e aí desisti...
Michel.

 
At 12:57 AM, Anonymous Anônimo said...

Oi Carlinhos!
Bah, tb penei no mapa mas no fim consegui fincar minha humilde bandeirinha... Fiquei ateh orgulhosa!!! hehe
Adorei o Rabino e esse robo, onde tu encontrou isso? Quero ver mais, achei mto engracado!
Bjs

 

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