Um passo a mais
E parece que decidiram mesmo.
Oito mil colonos israelenses vão ter que se virar pra sair de 21 assentamentos na Faixa de Gaza. Aliás, o nome da lei é bem sugestiva: "Lei de Evacuação-Compensação" Por que? Porque cada família de colonos receberá em média 1,7 milhão de shkalim, cerca de 300 mil euros, para refazer sua vida no território israelense.
Ah, como eu queria morar em Gaza nessa altura do campeonato e refazer minha vida com 300 mil euros...
Se eu concordo com essa retirada? Putz, era tudo que eu queria. Eu e mais alguns.
Uma pesquisa realizada pelo Jerusalem Post entre 100 mil israelenses mostrou que 64% apóiam o plano de desconexão, enquanto 35% são contrários. A pesquisa incluiu também respostas de árabes-israelenses. O projeto do Sharon de desmantelar 21 colônias em Gaza e quatro na Cisjordânia foi aprovado por 17 dos 22 ministros que integram o gabinete.
Dentre os que votaram contra, está o ex-primeiro-ministro Binyamin Netanyahu. Para mim, ele é o grande obstáculo para que todo esse plano de "desconexão" vá por água abaixo. Mas, mesmo assim, não acredito que ele tenha hoje força política suficiente pra isso. Não hoje.
E apesar de tudo, os colonos ainda fazem muito barulho. E ganham cada vez mais espaço na mídia. São milhares protestando, quase todos os dias. E o assentamento de Gush Katif, que falam que é bem bonito, vai sumir do mapa. Todo mundo tem que pagar seu preço pela paz. E, como sabemos, ele é alto.
E nessa discussão toda, não pude deixar de lembrar da "não-tão-fatídica-como-dizem" retirada israelense do sul do Líbano, em 2000. E não foi somente eu que me lembrei.
O jornalista norte-americano Thomas Friedman, uma espécie de papa para assuntos do Oriente Médio, escreveu um artigo no The New York Times na semana passada justamente comparando os dois eventos. Tomo licença para reproduzir um pedaço.
"A lição para Israel é clara: Se você vai deixar Gaza unilateralmente, saia do caminho para uma fronteira internacional apoiada pela ONU. Não faça isso pela metade; senão você vai acabar com o pior dos mundos: ainda mergulhado em uma guerrilha, contando os mortos, incapaz de usar seu poder de fogo e sendo culpado por tudo.
Gaza pode ser mais fácil que o Líbano, porque diferente da Síria e do Hezbollah, a Autoridade Palestina e o Egito não teriam interesse – após a retirada israelense – em manter Gaza fervendo.
Porque isso daria força ao Hamas."
Faço das palavras do Friedman, as minhas. * Para ler o artigo completo, clique aqui!
* Para ler sobre a retirada israelense (em português), clique aqui!
* Para ler sobre o possível futuro das colônias (em espanhol), clique aqui!
* Para ler sobre a batalha do Sharon (em hebraico), clique aqui!
ps1: E tenho uma novidade.
Não importa o que foi votado na enquete lá de cima (alguém acreditava que aquilo era verdade?). Está 100% fechada a minha viagem pra Jordânia, no próximo mês de Abril.
Vou com o Didi, o Diego, que mora em Hatzerim. Vamos a Amman, a capital, e a Petra, onde é passado um dos filmes do Indiana Jones (A Última Cruzada, alguém não se lembra?). Abaixo, uma pequena deixa do lugar.
ps3: Recebi esse editorial da Folha de S. Paulo, achei que poderia ser útil.
Odeio coisas parciais demais, seja muito pró-palestino ou muito pró-israelense. Sei lá. Mas achei que poderia ser interessante pra alguém. Façam bom proveito. Para ler o editorial, clique aqui!
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