Eu vi a lua
Permitam-me um momento de reflexão besteirológica.
Ontem vi uma lua maravilhosa. De cinema. Gigante, linda, senhora do céu, me olhava como um pai olha para um filho. Um esplendor fascinante.
Estava dentro do ônibus, voltando de Beer-Sheva para Jerusalem. Deviam ser umas 10 da noite. A trilha sonora do momento era um cd recém-comprado que escutava pela primeira vez, de um cantor israelense chamado Gilad Segev. A música, que faz certo sucesso, era "Achshav Tov" (algo como "Agora está bem" - para assistir ao clip, clique aqui!). Com esse nome, precisa comentar?
De vez em quando me dá alguns "tilts" e minha cabeça entra em parafuso. Como ontem.
Olhando para aquela lua, escutando a música e balançando naquele ônibus podre da Egged, pensei em tudo. Estava eu cruzando o deserto, voltando para minha casa em Jerusalém para não perder a aula do dia seguinte. Putz, fiquei feliz. Acho que não são muitos que podem se orgulhar disso. Bacana.
Pensei também no país. Um país ainda bebê. Lindo, mas mal compreendido e mal aproveitado. Crescente, mas complicado. Promissor, mas retrógrado.
Pensei nos governantes, que na maioria das vezes se otimem. Esquecem-se que o pontapé inicial deve vir deles próprios. É o que esperamos.
Dentre atentados, negociações, ataques, discussões e discórdias, existe esperança. Porém, com um detalhe - que já dizia a música:
"PAZ SEM VOZ NÃO É PAZ. É MEDO"
ps1: A pauta do momento diz respeito a "libertação" do Líbano.
O Líbano, para quem não sabe, é um país praticamente fictício, que vive há décadas praticamente como um anexo tanto do território quanto do governo sírio. É, em suma, Síria.
Sem querer resumir noticiário de ninguém, nos últimos dias o clima político do Líbano vem ficando cada vez mais "caliente", principalmente depois do assassinato do ex-primeiro ministro Rafik al-Hariri. A coisa está sendo levada até a dissolução de Parlamento e as consequências disso tudo podem abalar algumas estruturas do Oriente Médio. Sem exagero.
Deixo aqui alguns links para quem se interessar. Através deles, é possível realmente descobrir um pouco do que acontece por lá, quais as tendências e o que pode acontecer no que diz respeito a Israel.
Aliás, os jornais aqui vêm se interessando bastante sobre o que acontece no Líbano (e fazem mais que a obrigação). A capa do Yediot de hoje, por exemplo, estampa a palavra " Itcomemut" ("Insurreição").
Sim, o povo libanês está nas ruas, abarrotadas de bandeiras libanesas e contra a ocupação síria.
Para ler uma análise sobre a confusão no Líbano (em inglês), clique aqui!
Para análise sobre o possível futuro do Líbano (em espanhol), clique aqui!
Para matéria sobre os libaneses nas ruas (em inglês), clique aqui!
Para ler sobre a distante relação entre Líbano e Israel (em hebraico), clique aqui!
Para análise da bagunça toda (em português), clique aqui!
Para fotos da instabilidade no Líbano, clique aqui!
ps3: Nesse momento, o primeiro-ministro palestino Mahmmoud Abbas e a "tentativa de premiê" britânico Tony Fantoche Blair estão conversando em Londres. Prometo deixá-los por dentro do que acontecer lá, apesar de achar que não houve nada demais além do chá com biscotinhos.
ps4: Ontem foi aniversário do Naresi, sofredor do Guarani de Campinas, que é um dos brothers aqui na terrinha. Parabéns aí, locão! E como eu te disse, um pouquinho de juízo nessa vida faz bem. Mas só um pouquinho, senão fica chato...
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