Se a moda pega...
Mais um capítulo da velha história sobre o status de Jerusalém. Mas acho que desta vez pegaram pesado.
A notícia é da Folha de S. Paulo.
O governo do Canadá está recolhendo passaportes de cidadãos israelenses que têm como registro de origem a cidade de Jerusalém, porque as autoridades não reconhecem o local como pertencente a Israel.
Em resposta, um grupo de canadenses nascidos em Jerusalém entrou na Justiça contra o governo, alegando que não reconhecer a cidade como parte do território israelense é uma ação discriminatória (????).
Todo o problema começou quando israelenses que trazem em seus passaportes a cidade de Jerusalém associada a Israel não puderam renovar seus vistos. Eles foram informados pelas autoridades que as duas localidades não podiam constar na documentação.
O porta-voz do governo canadense disse que os passaportes recolhidos serão modificados, deixando apenas a cidade de Jerusalém.
"Isso vai contra a política do Canadá sobre o Oriente Médio, e essencialmente o governo canadense considera que a situação de Jerusalém pode ser resolvida apenas com um acordo israel-palestino", disse.
Por falar nisso, hoje fui fazer meu passaporte israelense. E, como foi feito aqui em Jerusalém, virá escrito o nome da cidade.
Como israelense, sou obrigado a entrar e sair de Israel usando o passaporte israelense (assim como os brasileiros usam passaporte brasileiro para entrar e sair do Brasil e por aí vai). Para entrar em outros países, posso escolher que passaporte usar: o brasileiro ou o israelense. Interessante, não?
Em tempo: apenas Costa Rica e El Salvador reconhecem Jerusalém como a capital de Israel (e mantém aqui suas embaixadas), enquanto o resto do mundo considera Tel-Aviv como capital. A embaixada brasileira em Israel também fica em Tel-Aviv, e não em Jerusalém.
ps1: Poderia fazer um alarde sensacionalista do que aconteceu ontem no trabalho. Manchete de jornaleco mesmo, tipo "Pancadaria entre árabes e judeus sangra noite em Jerusalém". Mas não vou fazer. Prefiro tratar isso como um caso isolado.
Vou tentar explicar, em poucas palavras, o que vi e ouvi ontem (mais ouvi do que vi).
Por algum motivo ainda desconhecido por mim (que levou um árabe que trabalha conosco nos casamentos a "bater" numa convidada), o pau comeu. Pancadaria mesmo. Vários convidados da festa (formados quase por 100% de franceses judeus) e alguns árabes que trabalham nas festas travaram uma batalha campal no estacionamento aberto do hotel. Com direito a chutes, socos, pedradas, copos, gritos histéricos de mulheres, crianças chorando. Briga de rua mesmo.
Mustafá, um dos nossos chefes (que, pelo nome, nem precisa dizer que é árabe), também entrou na confusão, aparentemente para defender um outro árabe de levar uma surra. Gritou, tomou chute, deu outros.
Como disse, eu mais ouvi do que vi. Vi correria, vi pedradas, vi um chute ou outro, ouvi muitos gritos. Estava do lado de fora justamento quando começou o show de horrores.
Logo depois da confusão, tanto o árabe que bateu na mulher quanto o Mustafá, sumiram. E a festa enfim começou. Uma festa totalmente sem clima do lado de dentro, uma discussão interminável do lado de fora.
Logo depois da confusão, tanto o árabe que bateu na mulher quanto o Mustafá, sumiram. E a festa enfim começou. Uma festa totalmente sem clima do lado de dentro, uma discussão interminável do lado de fora.
Alguns minutos depois, chegou um carro da tropa de choque da polícia do exército israelense. Daquelas famosas por espancar árabes.
Resumindo: ainda não sei o que vai acontecer com os árabes brigões.
Eu, por coincidência, acabei escolhido para servir a mesa onde estavam os francesinhos - também brigões (dentre as cinco que tinha que servir).
Ontem, também por coincidência, o responsável-mor pelos eventos no hotel também estava no casamento. Um francês, diga-se de passagem. Quando a festa começou, ele me chamou no canto e perguntou se era eu quem estava servindo os envolvidos. E disse: "Sirva bem a mesa. Leve três garrafas de vinho para lá. Seja atencioso com eles".
Conclusão: creio que, pelo comportamento dos responsáveis pelos eventos do hotel (outros também apareceram por lá no meio da confusão), irão abafar o caso.
Hoje haverá outro casamento (aliás, completam 10 dias que trabalho todos os dias, sem folga). Lá, poderei saber de mais detalhes (outros detalhes, porque 90% do que aconteceu, do que vi e do que ouvi não é possível colocar aqui no blog por causa do tamanho. Ficaria imenso).
A história é bem mais complexa do que tudo isso. Mas acho que deu pra explicar. Mas que o pau comeu, ah sim, comeu. E feio.
1 Comments:
APOSTO QUE VC TEM ALGUMA COISA A VER NESSA BRIGA. APOSTO QUE VC CHAMOU O MUSTAFA DE BEBADO O COISA PARECIDA, DAE ELE QUIS TE EXPULSAR DA FESTA E COMECOU TODA A MERDA. PORRA BEAN SE COMPORTA!!!
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