Antes de mais nada, um brinde a 2005!!! Muita paz, saúde, sucesso, blá blá blá blá blá...
E que seja pior que 2006!
O primeiro filme que assisti em 2005 foi o badalado Olga: mais uma tentativa frustrada de adaptar um best-seller para o cinema. "Olga" peca em vários pontos. Mas vale a pena por outros. Em termos de dramaturgia, de arte, de cinema, não passa de um filme de Sessão da Tarde. "Prestes" (Caco Ciocler) age como um bobão, longe da figura verdadeira e revolucionária de Luís Carlos Prestes. As falas são decoradas (muitas vezes parecem ser ditas por robôs): culpa do texto e dos atores ruins. Camila Morgado, que faz Olga, tem alguns bons lampejos, principalmente na meia hora final. Poucos. No fim, dá a impressão que ganhou o papel só porque é parecida com a verdadeira Olga. Acho que a Patrícia Pillar, cotada para viver Olga, teria dado conta melhor do recado.
Se como "cinema" o filme não é dos melhores, como uma razoável aula de história ele dá pro gasto. Ainda mais no Brasil, um país acostumaddo a reverenciar jogadores de futebol e cantores de pagode. Apesar de confuso, principalmente quando tenta contar sobre a tentativa da revolução no Brasil (Intentona Comunista), o filme ensinará muita gente sobre quem foram todos esses personagens, o que era o Brasil na década de 30 e o antissemitismo no governo Vargas. Mostra parte história da repressão política no Brasil, a disputa de idéias, os conceitos de política e o turbulento cenário que viveu Olga no país. Para os ignorantes pseudo-comunistas de plantão, o filme é uma boa pedida. Dando nome aos bois, digo praqueles que se dizem militantes do PSTU, PC do B e PC não-sei-das-quantas. Espero que entendam como é possível ser judeu e comunista ao mesmo tempo! Uma presença que dá brilho ao filme é a de Fernanda Montenegro, que vive a mãe de Prestes. Dá show, como sempre...
Com tudo isso, não quero dizer que não vejam a obra... filmes são feitos para serem vistos. Quem conhece a história de Olga, verá uma versão romanceada do livro. O livro, de Fernando Morais, sim é sensacional. Escrito há 20 anos, "Olga" já vendeu mais de 600 mil cópias no Brasil.
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