terça-feira, abril 05, 2005

Não gosto de "meia-boca"

Tempo significa possibilidade de conquistas.
Falta de tempo leva, muitas vezes, a abrir mão de futuras conquistas.
Quando digo que minha vida está corrida por aqui, sou quase sempre ovacionado. Engraçado isso.

"Puxa, que bom!"
"Tempo livre demais significa merda na cabeça!"
"É bom ter o dia cheio!"

Tudo bem, não posso reclamar das minhas conquistas até aqui.
Estudo, trabalho.... ôpa, o que mais eu faço? Ah, viajo (quando dá), saio (quando dá), leio (quando dá), vejo algum filme (quando dá). O "quando dá" ficou tão freqüente (ou infreqüente) que estou sempre tendo que me remodelar. Questão de prioridades. Questão de falta de tempo mesmo.

O fim é sempre o início de outra coisa. Já dizia o poeta.
Mas poderá algo ter acabado sem nunca ter realmente começado? Digo, não na concepção exata da palavra.
Quando entro em alguma coisa, quero sempre me doar ao máximo. Não gosto de deixar nada em segundo plano. É claro que os problemas sempre aparecem, já que é humanamente impossível dedicar-se a tudo em 100%.

Quando algum relacionamento chega ao fim, começamos a pensar em todas as burradas que fizemos.
E a burrada da vez foi exatamente não ter dado o máximo de mim.
Toda essa babozeira é pra dizer que tive que terminar com a minha namorada. Na boa. Por uma questão de tempo. Por não poder me dedicar à ela como deveria e como queria. Por não ter tempo. Por me decepcionar toda vez que não consigo me doar ao máximo para alguma coisa que eu quero. Por não querer magoá-la, por não querer vê-la sofrer. É melhor assim.
Não estou sendo egoísta, pelo contrário. Pensei muito mais nela que em mim.
Se for estudar, me dedico totalmente. No trabalho, o mesmo. E num relacionamento não pode ser diferente.
Ela não entende uma só palavra de português, por isso não poderá ler nada do que escrevo aqui. Mas não tem problema. Tudo isso ela já ouviu da minha boca.

Mas a vida continua, com alegria. Não foi nem a primeira e nem será a última vez que tenho de deixar alguma coisa para trás porque não consegui me dedicar 100%. Fracassei, de novo. E fracassarei outras vezes. Sem perder minhas convicções. E também sem perder o bom humor!

ps1: Já que hoje o post está muito mais narcisista do que de costume, coloco aqui um link para a minha página pessoal do MSN. O "Espaço do Bean" já está no ar. Não sei para quê serve, mas "tá lá".

ps2: Não posso deixar de continuar a falar do falecido Papa. Aliás, nem escreverei muito.
Disponibilizo aqui dois artigos sobre a atuação do Papa na melhoria das relações entre judeus e cristãos. Vale a pena, para quem se interessa, dar uma passada de olho.

Para ler o primeiro deles, um artigo bem curto (em espanhol), clique aqui!
Para o segundo, do jornal Haaretz (em inglês), clique aqui!
Para comentários de leitores do jornal sobre essas relações, clique aqui!

Sempre fui um crítico feroz da Igreja Católica. Como instituição. Ao longo da história, ela influenciou negativamente a vida de gerações não só de judeus, mas de vários outros povos. Volto a afirmar que sempre admirei a figura do Papa João Paulo II. Como figura humana, como "diplomata do Vaticano".
Mas, da Igreja, sempre dá pra tirar um sarro.


Perdão da Igreja


ps3: Essa eu tirei do Observatório da Imprensa. Até porque não vi nada publicado sobre isso aqui em Israel.
Segundo a nota da AP, a comunidade judaica estaria preocupada com o atual best-seller da Turquia: a reedição de Mein Kampf (Minha Luta). O livro, escrito por Adolf Hitler enquanto esteve preso em Landsberg am Lech, expõe suas "teorias" antissemitas e era tido como "a Bíblia do Partido Nazista".
Pelo menos duas editoras turcas publicaram a obra recentemente, segundo a nota do último dia 24.
Diplomatas alemães em Istambul já estudam sobre como tomar medida legal para conter a disseminação do livro no país. No mês passado, foi necessário procedimento deste tipo na Polônia.
Os direitos sobre Mein Kampf pertencem ao governo do estado da Baviera, que não os concede a editoras para evitar a proliferação dessa tal ideologia.
Para ler mais sobre o caso (em português), clique aqui!
Para um estudo sobre a concepção do Estado e Educação nazista (em português), clique aqui!

6 Comments:

At 2:28 PM, Anonymous Anônimo said...

Putz! Fiquei uns dias sem aparecer, e quanta novidade!... Essa história do Papa tem rendido um bocado... Legal a retrospectiva à visita do caro Karol à BH, eu nasci naquele mesmo primeiro de julho, enquanto rolava a tal missa campal, então sempre ouvi essa história das minhas tias...
Ah, e quase morri de rir sozinha esse fim de semana, me lembrando do post "profissionais do garçonismo"! Tive uma aventura garçonístca no domingo em virtude de um disfarce pra uma performance, muito comédia! Não me canso de agradecer aos "verdadeiros" garçons do Célia Souto Mayor que nos ensinaram em 10 minutos, tudo o que se precisa saber para ser garçonete por meia hora, além é claro das valorosas dicas do Bean, correspondente internacional e especialista no assunto!
um abraço

 
At 8:09 PM, Anonymous Anônimo said...

Bean,
Tava escutando um cd do u2 que eu ganhei de aniversario e resolvi ler o seu blog (porque sera?). Realmente, quem te conhece sabe o quanto voce gosta de encarar as coisas, e se for um desafio melhor ainda...mas nao encare como um fracasso, a vida eh feita de experiencias, nos sabemos disso, boas e ruins e nao, como se pode pensar, em fracassos e sucessos. No final ficam as lembrancas, apenas alguns momentos(ze ma she nishar, rak cama regaim...). Saiba que mesmo nos falando pouco, uma coisa que nao precisa se doar ou cultivar porque ela permanece e cresce por si so, eh a nossa amizade. A gente continua 100% irmao. To ai pra qualquer coisa.
Abraco

 
At 1:44 AM, Blogger Nikolas Spagnol said...

Acho essa história de "proibir" o livro do Hitler muito perigosa. O "proibido" sempre atrai mais interesse. Esse negócio na Turquia, creio eu, é mais "onda" do que qualquer coisa, além do quê a maioria dos arruaceiros metidos a "neo-nazis" espalhados por aí nunca leram nada, muito menos o "Meinn Kampf".

Sei que vou levar pedrada dizendo isso, mas ideologia não pode ser proibida. Se uma idéia é ruim, bem, deixe que as pessoas decidam democraticamente. Proibir o nazi-facismo, como fazem em muitos países, apenas transforma seus patéticos defensores em "mártires" de uma causa clandestina.

 
At 2:17 AM, Anonymous Anônimo said...

Essa agora foi demais, Bean!
Voces ainda continuam usando esse elegante papo furado de 'nao-tenho-tempo;vai-ser-melhor-pra-voce;bla-bla-bla...' pra explicar o obvio, que o interesse por ela acabou?

 
At 12:01 PM, Blogger Carlos Reiss said...

Pois eh Sandra, voce nao deixa de ter um pouco de razao! Mas continuo com a conviccao de que 90% da separacao foi por razao de tempo mesmo...

 
At 11:13 PM, Anonymous Anônimo said...

Não sei se fico feliz ou triste por você ter terminado! Quero que você seja feliz!!! E, quem sabe aquele nosso encontro de agosto volta a estar de pé!?!!!

 

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