segunda-feira, abril 18, 2005

Quebrando preconceitos sim!

Tudo bem que fiz essa viagem com a cabeça bem aberta.
Tudo bem que sempre me interessei e respeitei a cultura árabe, tanto é que por muito tempo frequentei classes do idioma árabe em BH.
Tudo bem que aqui em Israel defendo a devolução de todos os territórios ocupados.
Mas duvido que qualquer pessoa (de sã consciência, não esses direitistas malucos que se vê por aqui) que visite a Jordânia não se surpreenda com o que verá. Que não quebre barreiras e preconceitos que já estão incorporados.

O povo jordaniano é bem simpático e hospitaleiro. Os "súditos do rei Abdallah" são curiosos e sabem tratar bem o turista, o visitante, o estrangeiro. E isso é bem típico da cultura árabe mesmo.
Quando me preparava para pegar o ônibus de Petra para a capital Amã, encontramos um senhor no meio da rua (vestido à caráter) que, curioso, nos perguntou de onde éramos.

"- Que bom, sejam bem vindos à Jordânia. Se vocês não tivessem indo viajar agora, os convidaria para um chá na minha casa. Motorista, cuide bem dos meus amigos brasileiros..."

E, no fim, ainda nos comprou uma barra de chocolate que serviu de café da manhã. Isso é só um exemplo, poderia contar vários outros. Casos dessa viagem à Jordânia é o que não faltam...

Amã.
Cidade, ao contrário do que dizem sobre o Cairo (nunca fui, mas irei em breve), bastante organizada. Trânsito normal, mistura de avenidas largas e ruas bem estreitas, umas mistura de popular com um toque moderno, bem parecida com qualquer capital brasileira. As diferenças aparecem apenas nas pessoas que andam pelas ruas (suas roupas, seus véus e seus bigodes), as mesquitas gigantes e o que vendem nas infinitas lojas que enchem o centro da cidade.
E não é à toa que o centro é parecido com o de Belo Horizonte, por exemplo. Foram os árabes, os turcos e os judeus, tradicionais comerciantes, que começaram tudo isso nas grandes cidades do Brasil.

Agora me perguntam: "você não disse que era judeu, né? Disse somente que era brasileiro, essa coisa de Ronaldinho e tal?... se tivesse dito que era judeu, seria tratado da mesma maneira?"
Como bom mineiro, respondo com outra pergunta: "e o contrário? Se um jordaniano desses as caras lá em Tel-Aviv... seria diferente?"

ps1: A grande maioria das fotos da Jordânia estão com o Didi, mas prometo colocá-las na net ainda essa semana. Dividirei em álbuns específicos (Áqaba, Petra, Amã e Jerash), com pequenos comentários em cada foto.
Abaixo, uma pequena prévia da minha visita ao "reino". E continuo esperando os comentários, pra saber sobre o que exatamente escrever sobre lá. Ou querem que eu mesmo decida?

ps2: Não tive a oportunidade de ler a última (ou penúltima) revista Veja.
Aliás, há uns três anos retirei essa tal revista da minha vida. Totalmente dispensável. E não falo da boca pra fora. Fiz faculdade de Comunicação Social, elaborei trabalhos e acompanhei pesquisas científicas que, dentre várias conclusões, indicaram que aquilo não é jornalismo.
Mas parece que essa matéria de capa em que me refiro acertou em cheio: "Democracia no mundo árabe". Pelo que li em outro sites, a matéria condena o terrorismo, o racismo, a omissão da ONU e também prega a liberdade nos países árabes.
Vale a pena também um elogio ao outdoor que apareceu em algumas cidades. Nele, a chamada dizia "Democracia: O terror dos terroristas".
O site "de Olho na Mídia", que na verdade não gosto muito, foi feliz no comentário.

"Democracia: O terror dos terroristas". Na Mosca. Ou como a história mostra, nunca houve uma guerra entre duas democracias. Israel é uma. Será que seus vizinhos se tornarão também? Só o tempo dirá..."

ps3: E está começando a "evacuação" de Gaza, cumprindo a vontade do Sharon. É bom ficar atento ao noticiário nos próximos dias. Sem querer dar uma de "mãe Dinah", mas com essa sociedade borbulhando por causa dessa tão discutida saída de Gaza, tudo pode acontecer.Que tudo corra sem maiores problemas. O que acho difícil.Num post futuro, quero escrever um pouco sobre o maior fenômeno atual em Israel: o assentamento judaico de Gush Katif, em Gaza.

4 Comments:

At 10:50 PM, Blogger Nikolas Spagnol said...

Só pra ser pedante...

O apoio de Reagan aos "Contras" na Nicarágua nos anos 80 pode ser considerado uma guerra entre duas democracias. Os sandinistas eram até "bem" progressistas, pelo que eu li.

Mas talvez não seja muito sensato classificar o EUA como democracia...

 
At 10:50 PM, Blogger Nikolas Spagnol said...

Só pra ser pedante...

O apoio de Reagan aos "Contras" na Nicarágua nos anos 80 pode ser considerado uma guerra entre duas democracias. Os sandinistas eram até "bem" progressistas, pelo que eu li.

Mas talvez não seja muito sensato classificar o EUA como democracia...

 
At 10:56 PM, Anonymous Anônimo said...

Quer dizer que a camisa do Galo também passeou por território Jordaniano?
Abração,
Michel.
Ps: queria mais informações sobre Petra...

 
At 11:36 PM, Anonymous Anônimo said...

Bean,
escreve mais sobre o povo...
principalmente casos bizarros!!!
Saudações alvi-negras,
Vitor
p.s.:sabado contra o figueira começa tudo de novo

 

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