quarta-feira, fevereiro 22, 2006

O viés da cultura

"A gente quer ter voz ativa,
no nosso destino mandar.
Mas eis que chega a roda-vida
e carrega o destino pra lá"


Difícil falar de arte pelas ruas do "Blog do Bean".
Arte no sentido literal. Porque para "fazer arte", a politicada adora...

O artista necessita da arte e da técnica para comunicar-se. Cada um possui seu estilo, seus temas, seus valores, sua emoção, sua técnica.
Ilana Yahav é uma artista quase completa. Além de esculpir, desenhar e pintar com sensibilidade impressionante, Ilana tem o dom de utilizar vários elementos em conjunto para expressar sua arte.
Enfim, comunicar-se.

Numa série de vídeos intitulado "Sand Fantasy", a artista israelense (que trabalha no norte do país) desenha com areia, usando apenas os dedos. Sob uma placa de vidro, luz e música perfeitas, Ilana cria figuras tridimensionais e dinâmicas.
Não é só o jornalista que se comunica. É uma pequena (e uma das poucas) "moral" que consigo passar pra vocês.
Vejam um de seus trabalhos...



Para ver mais trabalhos de Ilana Yahah, clique aqui!


CARTA AOS LEITORES

Meus poucos leitores já sabem, mas se é a primeira vez que você coloca os pés (ou as mãos) por aqui, é preciso saber que estou de férias no Brasil. E que volto a Jerusalém no meio de Março.
Até lá, deixei claro que o "Blog do Bean" não ia ficar parado.
Nem em "stand by".

Porém, a grande vantagem de escrever sobre assuntos políticos/sociais é justamente estar morando em Jerusalém. Estar enxergando com meus próprios olhos, sentindo, conversando, analisando.
Por isso me abdiquei, até a volta, de analisar assuntos relacionados à política e sociedade em Israel e no Oriente Médio.
Porque perdi o diferencial. Pelo menos até Março.

Até lá, pretendo destrinchar ainda mais o caminho da cultura: cinema, música, teatro... enfim, arte.
Como no post de hoje.
Para demostrar uma das facetas de como é difícil comentar sobre política no Oriente Médio na situação em que me encontro (nesse mês de fevereiro), vejam a foto abaixo.
Vocês entenderão. Eu espero.

O último aviso: se você não gosta de cultura, fuja daqui. Pelo menos até o meio de Março.
Mas depois volte!
Porque se eu perder os poucos leitores que eu já tenho, fecho pra balanço...


sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Se eu tenho coragem?

Israel?

Como você tem coragem? Não é perigoso?

Na real, cansei de ouvir esse tipo de papo.
É fantástica a visão que o povo brasileiro (por mais instruídos que algumas figuras sejam) construiu acerca de Israel.

A violência no Brasil vem crescendo desenfreadamente, inchando como uma ferida cada vez mais infeccionada.
Mas Brasil é Brasil. As pessoas nem sem lembram que aqui tem sequestro relâmpago, assalto, bala perdida, trombadinhas, e poder paralelo do tráfico.
Bobagem. Acostumaram-se.

Tenho a convicção de que as pessoas, sem dúvida, acostumam-se com o mundo que os contorna. São assim, pelo menos, as do meu convívio.
Quando saem ao centro da cidade, colocam o relógio no bolso e ficam com o celular preso entre os dedos.
Depois pegam um táxi de volta pra casa (com a janela fechada, lógico). À noite, vão ao cinema (do shopping, com estacionamento pago - sem extorção de "guardadores") e, antes de chegar em casa, precisam atender o telefone duas ou três vezes (sempre alguém preocupado - seja o pai, a mãe, o irmão ou namorada).

Israel?
Se eu tenho coragem? Se é perigoso?
Ah, não me venham com xurumelas...

ps1: Hoje sem dúvida estou chato. Muito chato.
Vejam esse gráfico (putz, que chato).
Esses são os Custos Econômicos da Violência em Belo Horizonte no ano de 1999, cujos dados foram divulgados pelo respeitado Crisp/UFMG.
É possível perceber que os dois maiores componentes do custo da criminalidade em BH foram os gastos em segurança pública e a perda de renda potencial das vítimas fatais da violência.
Depois do gráfico, responda às perguntas...



Israel?
Seu eu tenho coragem? Se é perigoso?


ps2: Enquanto isso, no Paquistão, continua a onda de pseudo-prostestos contra as charges dinamarquesas.
Alguém quer uma batata frita? (ou melhor, assada!?)



post dedicado a "Ariel, el loco" e ao aniversariante Lu.

domingo, fevereiro 12, 2006

Abdução em Jerusalém

"Sou mais um no Brasil da Central
Da minhoca de metal
que entorta as ruas
Da minhoca de metal que entorta as ruas."

Milhares de pessoas no mundo inteiro dizem terem sido "seqüestradas" ou "abduzidas" por extraterrestres.

Abdução é uma palavra utilizada para designar esses seqüestros de seres humanos por raças alienígenas supostamente superiores à nossa. Casos de abduções são registrados em todos os continentes do planeta.
É verdade que muitos casos são forjados, tratando-se de verdadeiras fraudes promovidas por pessoas inescrupulosas que tentam, com isso, tirar proveito próprio e financeiro.

Em se tratando de OVNIs, o Oriente Médio faz parte dessa história.
No livro de Êxodus, uma passagem curiosa.

"Um dia, tendo conduzido seu rebanho para o deserto, chegou ao Monte de Deus, Horeb, o Senhor ali apareceu em uma chama de fogo, do meio de uma sarça, Moisés via a sarça arder, sem se consumir."

O filme abaixo, chamado "JerusAlien", é de Fábio Hofnik.
Foi rodado na minha casa, em Jerusalém, em julho de 2005. Eu passo quase todo o filme fumando uma narguila.
Divirtam-se...



ps1: Fui citado em coluna de Paulo Verlaine sobre a cobertura das eleições palestinas, no último mês de janeiro.
Para conferir, clique aqui!

ps2: Apesar de terem me pedido, não quero fazer grandes comentários sobre o problema dos cartoons dinamarqueses difamando Maomé.
Foi uma total falta de responsabilidade jornalística. Mas já vi muita coisa pior.

Ofensivas charges egípcias, sírias e iraquianas transbordam em jornais árabes há mais de 50 anos. E não estou dizendo "da boca pra fora". Tenho muitos exemplos aqui, para quem quiser ver.
Mas nem por isso vi manifestações e queima de bandeiras pelas ruas do planeta. Nem gente morrendo pisoteada.

No máximo, alguns judeus estúpidos que continuam a provocar.
A última de um dos grupos de colonos israelenses foi pichar (em hebraico), no muro de uma mesquita na Cisjordânia, as palavras "Mohhamed = Porco" e uma estrela de David. Depois de um princípio de confusão na vila palestina de Nebi Elias (próxima à cidade de Qalqilya), foram os próprios soldados israelenses os responsáveis por limpar o muro.
Porque de problemas, o exército de Israel já está cheio.



Uma pena que o mundo não aprendeu a ignorar essas manifestações árabes 100% criadas e incentivadas por governos tiranos e corruptos.
Mas não há o que fazer.

Amanhã, algum estúpido diplomata das Ilhas Fiji fará algum comentário inapropriado.
E começará a onda de ódio islâmico contra as Ilhas Fiji.
É esse o espírito do Jihad...

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Barajas...

Estou postando do Aeroporto Internacional de Barajas, em Madrid.
Em breve estarei em terra brasilis, mas por um curto (nem tanto) tempo.

O Blog do Bean seguirá vivo. Estou de férias, mas o Blog nao.
Volto com novidades. Muitas. Aguardem. Ai ai ai...