sexta-feira, setembro 29, 2006

Habilitado!

"Nada de ré nem controle de embreagem na subida.
Ele é gente boa. Só vai querer saber se você sabe dirigir."

Assim acaba a minha saga de aulas de caminhão.
Com uma prova de direção ridícula (daqueles examinadores que são amigos dos instrutores), sou o mais novo motorista de caminhão do Oriente Médio.
Agora sim, como diz o adesivo colado dentro do caminhão (acima), "tem um homem na cabine!".

Falta pouco para acabar essa fase de uniforme cor-de-azeitona e noites dormidas fora de casa.
Nas próximas duas semanas de noite, farei "um passeio" por Israel de caminhão.
Exatamente.
Devo chegar até o norte e também à Eilat, na ponta-sul.
À la "Carga Pesada"...

Aliás, por falar em tzavá (o que já não gosto de ouvir falar...) há mais ou menos 10 dias (quando completei 4 meses no exército), fiz um pequeno vídeo da saída da base de Mishmar HaNeguev (pela enésima vez, no sul de Israel).
É curto, nem sei se dá pra entender o que estou falando.

Especialmente para o Blog do Bean, mais um pouquinho desse meu serviço militar em Israel...



ps1: Vejam esse anúncio "interessante" que fotografei num ônibus em Tel-Aviv.
A peça é de um site chamado Homeless, que anuncia apartamentos para alugar e venda de artigos de segunda mão para todo o país.

Com uma foto do presidente iraniano Ahmadinejad e um alvo em sua cara, o aviso "Essa é uma propaganda não-convencional" e, ao lado, a mensagem: "Apenas boas intenções".
Achei pesado.

Mas publicitário que não tem um pouco de ousadia não chega em lugar nenhum.
Por isso parabenizo a iniciativa.
De verdade ou de brincadeirinha, a cabeça do iraniano 100% psicótico continua à prêmio por aqui...



ps2: Essa eu rolei de rir.
É só pra quem entende inglês (se entende hebraico, ajuda um pouquinho também).

Dois israelenses imbecis de uma rádio aqui ligaram para um Burger King de Beirute, no Líbano, e fazem os pedidos para serem entregues em Tel-Aviv e na cidade israelense de Kiryat Shmona, no norte de Israel.

Os caras perdem a linha!
É o humor israelense!

Os animais fazem o pedido para a Rua Mujahideen 22 (Mujahideen são os soldados da Guerra Santa!!!) e falam que pode colocar os dois sanduíches kasher ("big like the balls of Nassrallah") num míssel e mandar pra Kiryat Shmona!
No final, em hebraico, o locutor avisa: "se chegar então algum hambúrguer aí em Kiryat Shmona, nos avisem! Ao invés de bombas, vão chegar voando os hambúrgueres!!!"

Querem conferir o trote???


ps3: Espero a visita de todos vocês no "Fotolog do Bean" e também na comunidade do Orkut "Eu leio o Blog do Bean"!
Depois que a guerra acabou, o número de visitas por aqui diminuiu!
Êta povinho mórbido...!!!

domingo, setembro 24, 2006

Audio Post 10: Feliz Ano Velho

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* Participação especial da Paulinha, Rafa e Déia.

sexta-feira, setembro 15, 2006

"Pensando nela"


Não é apenas no Brasil que o lixo musical tomou conta das programações de rádio.
Em Israel, a situação é grave.
Concordo que cada um tem seu gosto, que gosto não se discute.
Mas entre o "irritar" e o "doer os tímpanos", o limite é bem tênue...

Quem aguenta aqueles cantores "country" que, pelo menos em Belo Horizonte, pipocam nos canais de tv no sábado de manhã?
Ou aqueles grupos de pagode com 30 pessoas, sendo 25 tocando pandeiro?
Pois é.
Aqui na terrinha, isso também existe.
E pior: contaminou ainda mais o povo...

Um pouquinho de história...
Até a década de 80, a indústria musical israelense era voltada (e por que não controlada) pelos membros da "elite ashkenazí", os europeus que fundaram o Estado - um estilo com traços totalmente ocidentais.
Até que um garoto iemenita, filho e neto de alcóolatras, começou a destacar-se em Israel como cantor de uma sinagoga oriental num buraco perdido na década de 60.
Zohar Argov (que chegou a ser preso por estupro e suicidou-se na cadeia) foi o primeiro cantor a se destacar com o que ficou conhecido como música mizrahí.

Argov, chamado de "HaMelech" ("O Rei") é o ponto de partida para a contestação musical dos "oprimidos" à cultura judaico-européia aparentemente intocável das primeiras décadas do país.
Abaixo, a foto do Roberto Carlos israelense...



Mas que raios é essa música mizrahí?
Antigamente chamada de "música de rodoviária", ela combina o estilo israelense com pitadas bem fortes de som árabe e mediterrâneo (principalmente grego) em letras que só falam de amor.
E não só de amor: de chifres, de saudade, até de mulheres bonitas passeando na praia...
Eu, particularmente, odeio música mizrahí (Mizrah, em hebraico, significa "leste").

Mas viver em Israel e não escutar os mizrahim "gritando" é o mesmo que viver no Brasil e nunca ter ouvido uma música sertaneja ou um pagode.
Aliás, acho que essa é a melhor comparação - o melhor do som brega.

À partir da década de 90, vários nomes surgiram na música mizrahí e o estilo foi saindo das rodoviárias e dos táxis e foi tomando conta da vida das pessoas.
Explodiu (no bom sentido).
Hoje, a música é um fenômeno.
Para o desespero dos meus ouvidos...

O grande nome que apareceu (e mantém a pose) é o do cantor Eyal Golan.
Quem conhece, sabe o que estou falando...


Para os leitores (ouvintes e espectadores) do Blog do Bean, um presente.
Ou não.
Com vocês, a música mais tocada (de longe) em todas as rádios e canais de televisão de Israel.
Idan Yaniv. "Pensando nela" - "Choshêv Aleiha".
Não há um dia sequer que, dirigindo o caminhão do exército, não escuto esse hit!

Depois respondam-me: tem cara de (Leandro e) Leonardo ou de (João Paulo e) Daniel???


ps1: Na pitadinha de política do dia, um adesivo que já começa a fazer sucesso pelo país.

No centro, a famosa expressão "HaBáita" ("pra casa").
Na direita (de verde), o nome dos três soldados sequestrados na guerra de julho-agosto.
Na esquerda (de vermelho), o primeiro-ministro Olmert, o Ministro da Defesa Peretz e o chefe das Forças Armas Chalutz!



O recado é claro: que vá todo mundo pra casa!
Tanto os coitados dos soldados em mãos do Hammas e do Hizballah quanto os líderes incompetentes do país.
A guerra deixou marcas.
O pessoal vem perdendo a paciência...

ps2: Tem gente que exagera...



ps3: Ontem, dia 14, completei 4 meses no Tzáhal, o exército de Israel.
Está, enfim, acabando.

Muitas lições, muitas reflexões.
Prometo discorrer sobre essa experiência estúpida e ao mesmo tempo importante para quem resolve colocar os pés em Eretz Israel.
Aguardem...

Post dedicado ao pessoal do Dror do Rio, sempre presente aqui no Blog do Bean...

quinta-feira, setembro 07, 2006

Audio Post 9: Beijos, escândalos e afins

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