terça-feira, maio 29, 2007

Nas bancas

Saiu!
A surpresa que prometi... que causou a loucura de vários leitores do "Blog do Bean", que parecia não chegar nunca...

Está na edição especial da revista "Aventuras na História", da Editora Abril.
Com o título "Israel - 60 anos da criação de um Estado", a revista já está nas bancas.

E conta com uma reportagem exclusiva de 4 páginas sobre este humilde blog.
Vale a pena da uma conferida na edição "de cabo a rabo".

Mas quem tiver preguiça ou não quiser pagar os 15 reais para adquirí-la nas bancas, dêem uma olhadinha na matéria "No Fio da Navalha".

Será que agora o blog decola???



Espalhem a notícia, contem para todos.
Nada melhor que uma propaganda "boca a boca"...

ps1: Para "ver a foto da matéria" um pouquinho maior, clique em cima da figura com o botão dierito do mouse e depois em "Exibir imagem" (se você estiver usando o navegador Firefox)
Se estiver usando o Internet Explorer, é mais fácil clicar aqui!

E o site da revista que trata dessa edição ainda não está no ar.
Vocês, é claro, serão avisados...

terça-feira, maio 22, 2007

"Eifo Bean?"

Todo blog é, em si, um instrumento que alimenta inevitavelmente o nosso egoísmo.
E é para tentar fugir um pouco dessa proposta que lanço mais um projeto para tentar deixar essa bagaça um pouco mais, digamos, interativa.

Antes de qualquer coisa, quero que vocês assistam (para quem ainda não viu) dois curtos vídeos bem parecidos.

O primeiro deles é o famoso "Where the Hell is Matt?".
O cara é um designer de games que viajou o mundo e produziu um filme dançando em
17 lugares distintos.
Um fabricante de chicletes chamado
Stride entrou em contato com o louco e patrocinou uma segunda viagem.

Ele, então, produziu outro vídeo e se tornou mundialmente famoso - segundo ele, como o "cara que dança no internet. Não, esse cara não. O outro. Não, esse também não. Eu vou te enviar o link, é divertido".

Abaixo, a segunda versão de "Where the Hell is Matt?"





O segundo vídeo, como eu disse, é bem parecido.

"Where the Hell is Jacob?" não deixa de ser uma imitação do vídeo de Matt, mas com uma diferença.
Jacob, um americano do Brooklin que vive em Tel-Aviv, comemorou seus 3 anos em Israel com um vídeo totalmente filmado em Israel.

Dançando do mesmo jeito estúpido, é claro. Mas acho que dá pra ser mais criativo.



Agora venho eu.
Meu esboço de projeto, provisoriamente intitulado de "Eifo Bean?" ("Onde está o Bean?"), será realizado com a ajuda de vocês, caros leitores.

A pergunta que deixo, esperando as sugestões mais criativas, é a seguinte:

"Onde vocês querem ver o Bean dançando em Israel?"

Respondam aqui nos comentários, pelo meu e-mail ou pela página "Eu Leio o Blog do Bean" no Orkut.
Aguardo ansiosamente as respostas...

sábado, maio 19, 2007

Insanidade em 2 atos

ATO 1

Impossível não se esquecer do "francês louco".

Há exatamente um ano, eu, ele e mais uns 120 caboclos do mundo inteiro deixamos de lado nossa boa condição de civil e nos aventuramos dentro do mundo militar.
Eramos imigrantes que, de uma hora para outra, nos tornamos soldados do Exército de Israel.

Não é necessário dizer que cruzei com muita gente durante os seis meses que estive por lá.
Gente bacana, gente estranha, gente engraçada e gente desmiolada.

Um dos desmiolados (se não o mais) era Julian Soufir, um francês religioso com cara de personagem de desenho animado que não durou nem 3 semanas lá com a gente.
Julian fazia piada de tudo e não aceitava receber ordens das nossas comandantes. "Meu comandante é Deus Todo Poderoso", costumava dizer.

Fora todas as confusões que Julian arrumava, não estarei imentindo se dissesse que a gente se divertia com ele.
Dava pra perceber que ele não tinha nada na cabeça. Nada mesmo.

Depois de três semanas, Julian foi retirado do exército.
Nos foi dito que Julian "não se encaixava no perfil das Forças Armadas".
E não se encaixava mesmo. Foi parar numa "yeshivá" para continuar estudando a religião...

ATO 2

Há cerca de 10 dias, dois irmãos religiosos pegaram um táxi em Jerusalém com destino a Tel-Aviv.
O motorista do táxi era o cidadão árabe-israelense Taisir Karaki, de 35 anos.

Chegando em Tel-Aviv, os irmãos convenceram o taxista a subir no apartamento para tomar um café.
Taisir subiu e foi assassinado cruelmente. Foi estrangulado e teve a garganta cortada.

Alguns dias depois, os assassinos foram presos.
O irmão mais velho passeava com atitude suspeita pelas ruas de Tel-Aviv quando foi abordado e preso.
Sem nem perguntar, ele confessou o crime.
Seu nome: Julian Soufir.



Julian foi apresentado a imprensa e se limitou a fazer careta para os fotógrafos e bater palmas enquanto ouvia a denúncia do delegado.

O advogado de Julian pediu imediatamente que ele seja examinado por um psiquiatra.
Isso porque está sendo contestada a sanidade mental de Julian.
Mesmo assim, segundo algumas fontes, Julian teria dito que matou o árabe apenas "porque ele era árabe".
Ele afirmou que foi a Jerusalém naquela manhã porque "ali seria mais fácil achar um árabe".

A polícia catalogou o homicídio como "crime de ódio".
Já o prefeito de Jerusalém, o ortodoxo judeu Uri Lupolianki, afirmou que a família do taxista morto será
reconhecida oficialmente como "vítimas do terror", - a mesma denominação para as vítimas de atentados suicidas palestinos - o que garante uma série de ajudas financeiras do governo.

Abaixo, o táxi.



ps1: Impressionante o que vem acontecendo na cidade de Sderot, no sul de Israel, nos últimos dias.
Uma chuva de foguetes Qassam vem atingindo a cidade desde terça-feira,
causando pânico na população (que, na prática, já está acostumada com isso) e fazendo com que mais de 2 mil moradores deixassem a cidade.

Segundo uma fonte do exército, foram 106 mísseis lançados pelos palestinos desde o início da semana.
Exército que, aliás,
começou uma operação em Gaza destruindo tudo que vê pela frente.



Duas coisas me chamaram a atenção assistindo ontem a um dos telejornais da noite.
A primeira é o desespero das pessoas toda vez que escutam nos alto-falantes da cidade a expressão "Tzeva Adom" ("Cor Vermelha").
Quando se escuta "cor vermelha" em Sderot, salve-se quem puder. Corra para um bunker.
Lá vem um Qassam.

A segunda é o trauma das crianças de Sderot.
A reportagem do telejornal acompanhou uma equipe de três psicólogos que têm a missão de chegar em minutos na casa atingida por um míssel e ajudar as crianças, os adultos e os idosos.
Fiquei impressionado.

Uma criança de 10 anos ficou indignada com a presença do psicólogo.
Disse que já tinha visto vários e que nenhum conseguia tirar o trauma de sua cabeça.
O psicólogo, para as câmeras, foi claro. Seria impossível retirar o trauma dessas crianças, pelo menos por enquanto. Porque não se tratava de "pós-trauma": o pesadelo ainda não acabou.

Abaixo, o vídeo de um Qassam que caiu numa fábrica em Sderot e matou o operário Yakov Yaakobov, que não conseguiu proteger-se depois do alarme "tzeva adom".



Sabem o que me deixa mais irritado?
Que tudo isso vem acontecendo em Sderot há meses, que a Guerra do Líbano já acabou há quase 1 ano,que outra guerra vem sendo travada no sul.
Que o governo e o exército parecem pouco preocupados com o destino de Sderot.

E comum ver nos jornais habitantes da cidade esbravejando e dizendo coisas como "estão esperando morrer quantos aqui para que façam alguma coisa?" e, principalmente, "se caísse um míssel em Tel-Aviv a atitude do país seria bem diferente."
Infelizmente, é verdade.

São três as hipóteses que elaborei para que governo e Forças Armadas não resolvam o problema de Sderot.

1) O Exército não tem capacidade militar e estratégica para acabar com os bombardeios.
E se realmente não tem, deveriam confessar a debilidade. Ou incompetência. Ou os dois.

2) Sderot não é tão importante como uma Tel-Aviv ou uma Haifa (para não dizer que é "zero importante"), por isso algumas pequenas operações em Gaza são suficientes para demonstrar ao povo que algo está sendo feito.

3) O medo de uma represália internacional para um possível ataque em massa na Faixa de Gaza faz o governo recuar e investir apenas em pequenas operações militares.

Enquanto isso, o imbróglio continua.
Já quase no início desse verão, pessoas morrem em Sderot e a população de Tel-Aviv vai à praia.
E, ao que tudo indica, assim será até o inverno chegar...

Abaixo, um cartaz feito por crianças de uma escola em Sderot, nessa semana.
"Queremos dormir em paz. Chega de Qassam".


sábado, maio 12, 2007

Tipex contra a Europa. Deu Europa.


Não foi desta vez.
Acabou o sonho do tetra-campeonato de Israel no festival Eurovision.

Para quem não se lembra (ou não acompanhava o Blog do Bean nessa época), o concurso de canções europeu já foi tema de um post por aqui, ainda pelos anais de 2005.

Esse ano, na Finlândia, a banda Teapacks ("Tipex") representou Israel.
E, ao contrário de outros anos, o país não passou da semifinal.

Mas, como dizia Machado de Assis, "a controvérsias".
Explicarei.
Abaixo, a banda Tipex, fundanda em 1988 na famosa cidade de Sderot, no sul de Israel.



A banda, liderada pelo vocalista Kobi Oz, chegou em Helsinki após ganhar a seletiva israelense com a música pacifista "Push the button".
Logo de cara, a canção já causou mal-entendidos.

A mensagem antinuclear da música levou a direção do festival a colocar em dúvida a participação do grupo israelense por "trazer mensagens políticas inapropriadas".
Kobi se negou a mudar a letra e ameaçou abandonar o Eurovision.
Segundo o vocalista, a direção do Festival associou parte do texto ao presidente iraniano Ahmadinejad - que, para o cantor, poderia ser também refererido a alguns líderes de Israel.

O trecho está abaixo.

"Há certos governantes loucos que tentam nos enganar, com um desejo demoníaco e tecnológico de destruição."

Mas, apesar de toda a polêmica, os diretores do Eurovision autorizaram a participação da banda Tipex com a música "Push the button" (abaixo, na apresentação de dois dias atrás).

Querem dar uma olhadinha na letra?
E só
clicar aqui!



Foi a segunda vez (desde 1956) que Israel não chegou a final do Festival.
Desde o início, o pessoal da delegação já conseguia perceber que os ventos não estavam a favor.
E deu no que deu.
Abaixo, assistam "Push the button".




Para ver a apresentação no Eurovision, clique aqui!
Para ver o clip da música, clique aqui!

ps1: Um oficial israelense da reserva identificado como Benny Medvediev passou por apuros na semana passada.
Ele decidiu ir até o Extremo Oriente partindo da Turquia, coisa que muitos jovens israelenses constumam fazer - além do trecho ser mais curto, a passagem é bem mais barata.

Antes de contar o que aconteceu, tentem imaginar duas hipóteses.
Na primeira, uma suposta rota aérea partindo de Israel.
Na segunda, partindo da Turquia - no caso, pela Turkish Airlines.



Deu pra perceber, né?
Pouco tempo depois da decolagem, o piloto anunciou que o avião estava com problemas e teria que pousar em Teerã, capital do Irã.

Benny, o único israelense do vôo, desesperou-se.
Pediu ao comandandante que ficasse escondido na cabine, mas a companhia não concordou.
E Benny desembarcou.

Benny, que levava entre seus pertences fotografias suas com o uniforme do Exército israelense em uma das barreiras de controle militar na Cisjordânia, disse aos jornalistas que teve medo e tentou fingir ser britânico diante dos iranianos, mas não conseguiu.

Porém, o que poderia ser o começo de um imbróglio diplomático, acabou com cordialidades dos iranianos.
Segundo Benny, ele foi convidado a visitar o Irã e, de volta, ainda convidou os primos a Israel.
Ah se tudo fosse branco assim!!!

Para os curiosos, o vídeo com a matéria em inglês (inclusive com as rotas desde Israel e da Turquia...)

domingo, maio 06, 2007

Salada mista

"Eu é que não me sento num trono de um apartamento
com a boca escancarada cheia de dente
esperando a morte chegar..."

E toda vez que o povo sai às ruas, é hora de sociólogos e cientistas políticas darem gritinhos de alegria.
E o povo aqui saiu.



Dessa vez, nada de manifestação pedindo paz e chorando a morte de um líder que já morreu.
150 mil israelenses de esquerda, de direita, laicos, religiosos, reservistas, estudantes, artistas e quem mais quisesse aparecer clamaram pela renúncia do premiê trapalhão Ehud "Didi Mocó" Olmert e seu fiel escudeiro, o ministro da Defesa Amir Peretz.

Olmert praticamente ignorou a manifestação, transmitida ao vivo pelos principais canais de tv.
Ele não aceita que uma série de trapalhadas do Executivo e das Forças Armadas causaram a morte de 119 soldados e 44 civis na última guerra do Líbano.

Apesar de juntos e unidos pedindo a renúncia do primeiro-ministro, direitistas e esquerdistas divergem quando o assunto é a antecipação das eleições.
A corja do Avodá é contra, temendo a vitória do favorito e "ressurgido das cinzas" Binyamin "Cachorrão" Netanyahu.

Dizem por aqui que o que pode salvar o país de um novo desastre nas urnas é a Bibifobia (Netanyahu é conhecido em Israel como Bibi).
Bibi é como um Maluf: é muito bom de voto mas ao mesmo tempo tem um índice de rejeição fora do normal.
Mas se as eleições fossem hoje, não sei não...

Abaixo, dois simpáticos senhores pedem a antetcipação das eleições.



Falei na RFI sobre a manifestação na praça Rabin, em Tel-Aviv, ainda na noite de quinta-feira.
Para ouvir, é só clicar aqui!
Aliás, a Rádio França Internacional publicou uma frase minha numa das matérias do seu site.
Para ver,
clique aqui!

E o assunto ainda não acabou.
Para os leitores do Blog do Bean perceberem como é complicada a situação do primeiro-ministro, basta conferir esse pequeno vídeo feito um dia após a divulgação do relatório sobre a guerra que f*deu o governo.

Prestem atenção como Ehud Olmert quase adormece em plena sessão parlamentar.
Os dois jornalistas que narram a matéria discutem se no papelzinho que Olmert recebeu estaria escrito "Acorda!!!" ou "Renuncie!!!".
Vale a pena ver...



ps1: Para quem ainda não se cansou da bobagem, mais um Separados no Nascimento!



ps2: O dia da surpresa está chegando!
Para quem já sabe, basta aguardar!
Para quem não sabe, é hora de matutar e também de esperar!

Enquanto isso, quem quiser pode dar as caras lá na Comunidade no Orkut "Eu Leio o Blog do Bean".
E espero os comentários de vocês!

Para terminar o post, uma imagem de Ehud Olmert sentindo-se, literalmente, enforcado...