quarta-feira, janeiro 26, 2005

Um tempo...

Peco desculpas por esse tempo que to sem escrever...
Meu computador faleceu (ou melhor, esta em coma...) e fica dificil escrever.
Mas na verdade, nem eh tanto por isso. Cansei um pouco do blog. Nao que eu nao tenha retorno, se o que eu to escrevendo eh muita ou pouca bobagem (isso um pouco), mas acho que perdi sim um pouco o estimulo. E o estimulo vinha de mim mesmo.
Me desculpem.
Espero tentar voltar quando tiver meu computador de volta.
Obrigado, abracos...!!!!

quarta-feira, janeiro 19, 2005

O "Capital" que nunca morreu...

Esses, não tenho dúvidas, deram certo.
A banda Mashina, formada em 1984 nos clubes noturnos de Tel-Aviv, transformou-se numa das mais famosas e tocadas de Israel. E desde o início foi assim.
Logo no primeiro álbum, 500 mil cópias vendidas. E foram crescendo...
Em 1995, eles anunciaram a dissolução da banda. Mas voltaram, arrebentando...
Essa história me lembrou um pouco a do Capital Inicial. Bandinha rock dos anos 80, desmembrada (o Dinho se separou em 92 e voltou sete anos depois) e "pitom", apareceram de volta com um som mais pop, recheada de fãs adolescentes e com muita grana na conta bancária.
A diferença entre as duas bandas fica exatamente no tempo em que estiveram paradas. Mashina, ao contrário do Capital, fez uma legião de fãs. Nunca parou de tocar nas rádios, nas festas, nos pubs.Virou folclore. Dentre os fãs, eu...
E continua a saga do Mashina, o "Capital Inicial" que deu certo e nunca teve que ressucitar.
Abaixo, a capa do DVD que acabei de assistir: Mashina Live 2003. Sem noção...

ps1: Tiesto em BH!!!!!!!???????? Essa notícia foi uma facada no peito...

ps2: Morreu Bezerra da Silva. Faço das palavras do cronista esportivo Paulo César Vasconcellos (da ESPN Brasil e do jornal Lance!) as minhas palavras:

"Como bom malandro, ele era um trabalhador. Daqueles que passam a vida ralando, fazendo contas, compondo samba e sem perder o humor. Típico sujeito que as autoridades adoram dar uma dura. Quando um cara da estirpe do BS sai de cena, a certeza é de que a malandragem (aquela que só sabe ganhar dinheiro com o trabalho, não usa terno e faz piada em cima disso) fica desfalcada. Perde um camisa 10 de primeira e alguém que vai deixar saudades."

ps3: Essa foi boa. Patética e boa: "quatro estudantes de yeshivá presos por drogas". Os americanos "religosos" estavam sendo investigados há meses e são acusados de tráfico. Yeshivá, pra quem não sabe, é algo como um centro de estudos de leis judaicas. Aqui em Jerusalém, existem centenas... Para ler a matéria, clique aqui!

terça-feira, janeiro 18, 2005

Chuva de mísseis

A vida anda meio complicada lá em Sderot, no sul de Israel.
A cidade fica bem próxima da Faixa de Gaza, um prato cheio para os mísseis de curta distância Qassam. Hoje de manhã, centenas de moradores da cidade e do kibutz Nir Am saíram em passeata pela cidade. O clima anda tenso lá.
Na capa dos jornais de hoje, está estampado "Começa a luta de Abbas contra os Qassams".
Será mesmo que esse sujeito está disposto a enfrentar esses grupos terroristas?
De vez em quando, os mísseis atingem os próprios palestinos... por exemplo, como foi noticiado pela Agência EFE no primeiro dia do ano:

"A explosão de um míssel Al-Qassam causou a morte de uma menina de 10 anos hoje perto do campo de refugiados de Jebalia. A menina, Ibtehal Abu Daher, estava em sua casa quando o míssel da Resistência Islâmica (Hamas) se desviou de seu trajeto e a atingiu."

Seja lá qual for a resposta da pergunta de cima, será interessante acompanhar quais serão os próximos passos tanto de Sharon quanto de Abbas. Enquanto isso, é bom evitar Sderot...

ps1: Ontem foi um dia especial. Sim. Voltei do Kibutz com o Urso, de folga no exército. Na mala, três latas de Skol. O prazer foi indescritível...

ps2: Começo, a partir de hoje, a primeira campanha do Blog do Bean. Depois de tempos em dúvida, matutando, decidi que vocês decidirão o futuro do meu cabelo. Sim, o que fazer? A enquete está do lado direito da página. Vote quantas vezes quiser...

ps3: Ontem meu celular morreu. De repente. Quase tive um treco. Hoje cedo fui lá na Orange e arrumaram, depois de uns 40 minutos. Fui muito bem atendido. Numa hora dessas, agradeço por ser cliente de uma empresa não-israelense...

domingo, janeiro 16, 2005

Pouco ou muito tempo?

Seis meses...
Mudanca de habitos, de vida...
Novos amigos, novo pais, nova lingua...
Novos desafios...
Seis meses que estou em Eretz Israel.
Seis meses que sou um israelense...
Parece que foi ontem. Deixei quase tudo que amo pra tras. Disse quase tudo, porque no meio disso tudo esta Israel.
Minha familia, meus amigos...
Ontem falei com uma amiga pelo telefone, a Lud. Acho que nao tinha falado com ela ainda desde que cheguei.
E tambem ontem, pela primeira vez, ao ser perguntado "ha quanto tempo estava em Israel", respondi:
"6 meses"
E, ao inves de ouvir sempre a mesma resposta - "nossa, que pouco!" - escutei - "uau, bastante tempo!"
Seis meses...
Sera que o tempo esta passando rapido demais ou devagar demais?
So eu mesmo pra descobrir...

ps1: E durou menos de 1 dia a lua-de-mel entre o primeiro-ministro-rei-chefe-imperador israelense Ariel Sharon e o premie palestino Mahmoud Abbas.
Um festival de misseis palestinos e de contra-ataques israelenses mataram varios. Segundo Sharon, "a Autoridade Palestina nao mexeu um dedo contra o terror".
Todos os detalhes, tudinho, voces podem encontrar nos links abaixo. Eh preferivel isso do que eu ficar fazendo resumo de noticias aqui no blog. Qualquer duvida, podem me perguntar!!!

* Para analise do fim da lua-de-mel, em ingles, clique aqui!
* Para noticia sobre rompimento de lacos entre Ariel Sharon e Abu Mazen, em ingles,
clique aqui!
* Para noticia sobre combate ao terror em Gaza, em ingles,
clique aqui!
* Para noticia sobre a morte de palestinos sob ataque israelense, em portugues, clique aqui!

ps2: Como deve dar pra perceber, hoje estou escrevendo sem acentos nas palavras. Eh que estou, mais uma vez, passeando no Kibutz Hatzerim, ao sul (e o computador que estou usando nao tem o nosso idioma). Peguei uma carona com o Arielzinho, que mora no kibutz, e vim pra ca na sexta. Volto pra casa na segunda...

ps3: Essa eh muito boa: coluna do jornalista e criador do programa Manhattan Connection, Lucas Mendes, no UOL. Alias, do atleticano Lucas Mendes. Da ate pra arrepiar. Para ler, clique aqui!
Alias, pra quem sempre duvidou que o saudoso Henfil era atleticano de verdade tambem, veja abaixo!

ps4: Essa veio da BBC Brasil:

O Centro Simon Wiesenthal, organizacao judaica internacional que combate o neonazismo e anti-semitismo, exortou o principe Harry, terceiro na linha de sucessao britanica, a visitar o campo de exterminio de Auschwitz, na Polonia, acompanhando uma delegacao britanica para ver os resultados do tal simbolo que ele escolheu vestir numa festa a fantasia.

O principe Charles teria ordenado hoje ao seu filho que de fato visitasse Auschwitz, cujos 60 anos de libertacao serao celebrados neste mes. Tao querendo educar a crianca....!!!! Para ler a noticia completa do Estadao, clique aqui!

sexta-feira, janeiro 14, 2005

Prazer, Carlinhos de verdade

É realmente muito engraçada essa sensação das pessoas te conhecerem antes que você as conheçam.
Nunca tinha passado por isso e, cá entre nós, foi uma coisa meio louca.
Ontem rolou festa aqui em casa. Com direito a um quarto escuro com luz negra e narguila (nem sei se bateram fotos), minha casa ficou entupida. Cachaça vai, cachaça vem, baixou uma galera até o Ulpan pra chamar os brasileiros que acabavam de chegar.
Sim, acabavam de botar o pé em Israel e já chegou um louco dando boas-vindas (eu!).
Disso, chegamos ao ponto: não precisei me apresentar. Estranho, não? Por "culpa" desse blog, muita gente conversava comigo como se já me conhecesse há meses (e, de uma forma ou de outra, sim conhecem). Foi tudo realmente uma viagem, já que muita coisa que eu queria contar, que eu queria dizer, eles já sabiam!!!
Algumas frases desse pessoal que me marcou ontem...

_ "Ah, Carlinhos, essa é sua famosa casa então que você diz que vai colocar as fotos e não coloca?"
_ "Nossa, você tá magro mesmo..."
_ "Hi, eu vi a foto desse quadro lá no seu blog"
_ "Achei que você era uma pessoa virtual. Muito engraçado te ver aqui de carne e osso"
_ "Por que você fica falando tanto do Galo? É tão importante assim?"
_ "Eu entro no blog umas três vezes por dia, e fico puta quando não tá atualizado..."

O mais legal de tudo acabou sendo o convite para os recém-chegados: quando fiz Aliá, ou melhor, quando coloquei os pés em Jerusalém, não chegou nenhum maluco me chamando para uma festa na sua casa. E fui lá realizar o meu sonho através de outras pessoas. Espero que tenham gostado.


ps1: Não sei se houve repercussão no Brasil, mas a história é bizarra. O príncipe Harry da Grã-Bretanha apareceu numa festa com uma fantasia de nazista. Tá dando o que falar, principalmente dentro da comunidade judaica inglesa. Nem quero falar muito disso pra não colocar mais lenha na fogueira. Mas que foi ridículo, ah sim, isso foi. Para ler mais sobre o papelão bizarro do tal príncipe, clique aqui!

ps2: Outro dia fiz um Yakisoba aqui em casa, pra galera... digamos que esse negócio de morar sozinho nos obriga a mostrar um pouco dos dotes culinários também. E não é que o macarrão ficou gostoso? Pois é, tem nego até pedindo receita já...


ps3: Outro dia ganhei outro presente. Tô começando a gostar desse negócio de receber visita e ganhar presente. O Nabuco (o que está na foto sentado do meu lado) me trouxe o CD novo (duplo) do Hayehudim, Unplugged!!! O cd é sensacional, perdeu a noção mesmo! Garanto que ele vai estar sempre tocando por aqui...

Tanto faz

quarta-feira, janeiro 12, 2005

Não bem uma promessa...

mas tudo bem, fui agradecer.
Hoje estive lá no Kotel (o Muro das Lamentações), em pleno inverno, munido com uma blusa do Galo e muitos obrigados.
Sim, é isso mesmo. Fui agradecer pelo meu time ter ficado na primeira divisão!!!
Bati algumas fotos, fiz um filminho de 2 minutos (que pretendo mandar pro Alterosa Esporte) e ri um bocado com o Nathan, que está se preparando pra voltar ao Brasil e veio passar um pedaço da semana aqui em Jerusalém (outro atleticano que, como eu, sofreu um bocado esse ano). Não dá pra colocar o filme aqui porque ele ocupa muito espaço, e não tenho servidor disponível pra isso...
Abaixo, algumas fotos dessa brincadeira (pelamordedeus, não me levem a sério, tudo isso foi uma brincadeira... de bom ou mau gosto, aí não sei, você decide!)


ps1: Recebemos hoje a visita de alguns policiais aqui em casa (eu e a Polícia israelense, como sempre...). Vieram com um papo de que alguns vizinhos reclamaram de barulho. Fiquei assustado. Falei com os caras, na boa... eles não queriam dizer quem era o vizinho e nem nada.
Assim que foram embora, desci até o distrito policial (que fica há dois quarteirões daqui). Conversei com um tal Avner, superior deles, que depois de um telefonema explicou-me a história direito.
Alguém do prédio viu um cidadão suspeito entrando aqui. Chamaram a polícia - isso é comum por aqui. E não era ninguém suspeito... éramos nós mesmos. Os vizinhos ainda não nos conhecem direito!!!

ps2: Falando em muro, uma pequena notícia. Segundo o Instituo Geo-Cartográfico do Ministério do Turismo israelense (sabe-se lá o que é isso), o Kotel foi o lugar mais visitado no país durante o primeiro semestre de 2004. A pesquisa é interessante. Por exemplo: o número de turistas cristãos no Muro subiu de 27% para 33% em relação ao mesmo período de 2003. Quantos aos turistas judeus, a porcentagem caiu de 57% para 52%. Para ler a reportagem completa, clique aqui!

ps3: Ontem terminei o dia com uma boa notícia... depositaram meu salário!!! Aqui não tem coré-coré! Dia certo, salário no bolso...

terça-feira, janeiro 11, 2005

Incorporando...

Esses dias discuti com um segurança. Coisa de israelense também.
Não gosto de ficar batendo boca na rua com ninguém, mas dessa vez não deu.
O segurança do supermercado (parênteses: aqui, em todos os lugares públicos, shoppings, lojas, supermercados existem seguranças com detectores de metais) começou a me revistar e resmungou algo bem baixinho, que eu não entendi. Pensei que era, como de costume, a pergunta clássica: "iesh lechá neshek, adoni?" (você tem alguma arma, meu senhor?).
Eu respondi não. E o segurança ficou nervoso. "Não o quê?"
"O que você disse?" - eu perguntei.
"O que é isso no seu bolso?"
"Ah, é um celular, não enxerga não?" - hi, apelei!
"Por que você não disse antes?" - gritou o segurança, que já tava nervoso.
"Por que você não pergunta mais alto? Que tipo de segurança é você?"
Iiiihhh, neguinho ficou irado...
Entrei no supermercado e deixei ele lá do lado de fora, na chuva, com cara de quem comeu e não gostou. Quando saí do supermercado, ele não tava mais lá. Uma pena...
Aqui em Israel, o lema não é "vivendo e aprendendo". É "vivendo e discutindo". Por bobagens, mas sempre discutindo...

ps1: Sim, vai rolar a festa.
Seria uma festa de inauguração, mas tudo bem... estou completando meu primeiro mês na nova casa e seis meses de Israel. Argentinos, uruguaios, israelenses e principalmente brasileiros virão. A lista tá feita. Os convites já mandados (ou quase todos). A casa sendo arrumada. Nem quero ver o que vai acontecer...
A festa será bem pequena... afinal, a casa não é tão grande assim. Será a primeira. Outras, em momentos oportunos, virão. E quem não couber dessa vez, caberá na próxima!!!!
Aliás, por falar em casa, dou uma palhinha de como arrumei meu quarto. Abaixo, uma pequena parte da parede. Aos poucos vou revelando o resto aqui...

ps2: o jornal da noite de ontem aqui não falou quase nada sobre Abbas ou palestinos. A pauta do dia era, enfim, a votação no Parlamento (Knesset) que aprovou o novo governo de coalização. Brigas, discussões, bate-boca no melhor estilo israelense foram o pano de fundo dos 58 votos a favor e 56 contra.
O novo governo conta com a maioria de 66 deputados num universo de 120. Como sempre acontece (ou quase sempre) por essas bandas, é uma coalizão na beira do precipício. Um pouco menos fraca que as anteriores, mas mesmo assim na beirada.
A idéia, segundo Sharon, é retirar suas tropas da Faixa de Gaza até o fim desse ano (sua idéia, a princípio, é realizá-la em menos de 12 semanas. Não sei se ele vai conseguir, mas se levarmos em conta de quem é Ariel Sharon, tudo é possível).

ps3: "Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda..." Como eu adoro a internet: dá pra assistir um episódio do Chaves quase todos os dias. Pra escutar essa música e matar as saudades, clique aqui!

ps4: quem ainda não entendeu o sistema de comentários meio esquisito desse Blogger, pode me mandar um e-mail também. É carlosreiss@terra.com.br . E sem correntes, por favor...

domingo, janeiro 09, 2005

Eu, Troglodita?

A piadinha é ridícula, mas a situação é real.
Umas das coisas mais legais de se morar aqui é a quantidade de línguas (digo idiomas) que se deve falar pra conseguir ser entendido por todo mundo. Na última sexta, por exemplo, foi um festival...

Português, hebraico, árabe, inglês e espanhol passearam pela minha cabeça. No fim do dia, já não sabia mais o que eu tinha de falar com quem.
Troglodita sim, poliglota nem tanto...

ELEIÇÕES PALESTINAS

E o bicho tá pegando sim por aqui. Nesse domingo, com uma segurança descomunal, tão rolando as eleições na Autoridade Palestina.
O primeiro-ministro israelense Ariel Sharon já anunciou que vai se encontrar com o vencedor. Provavelmente, o mesmo Abu Mazen de sempre.
Não vejo nenhuma mudança a curto prazo. Nada. Sou otimista, mas tudo tem limite.
Estava na frente do Kotel (Muro das Lamentações), na última sexta-feira, quando uma senhora religiosa (de peruca e tudo) chegou anunciando uma manifestação para segunda-feira, em frente ao Parlamento (Knesset). Segundo ela, está escrito (sempre está escrito alguma coisa) que não se pode dar nenhum pedaço da Terra de Israel pra ninguém.
E, nesse ritmo de ódio e intolerância, continuamos nossa caminhada. Porque está escrito aqui, está escrito ali... cada dia inventam um escrito novo. E sangue continua sendo derramado.

Para outras notícias das eleições em inglês, clique aqui! Em hebraico, clique aqui!

ps1: como eu prometi, está aí uma foto com alguns dos visitantes da minha casa. Desculpem-me pela minha cara de sono! Vindos direto de Belo Horizonte, meus hóspedes Saulo e Júlia.

ps2: Para verem como esse é um país divido, coloco aqui uma charge publicada no jornal Haaretz. Nem todos vão entender, mas é uma tentativa. Aqui é comum as pesoas se chamarem de "achi" ("arrí"), que significa literalmente "meu irmão". Como um "my brother". É uma gíria.
Na charge, um soldado e um religioso, discutindo, falam um para o outro: "Arrí, não me chame de arrí!". Acho que isso é o máximo que dá pra explicar...

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Cada coisa que a gente vê...

Ignorantes temos aos montes, mesmo os que se dizem "politizados".

"Ei, aqui está um modo de parar com os homens-bomba suicidas — dê aos palestinos um monte de helicópteros com mísseis Apache e deixe-os, e os israelenses, baterem as cabeças um contra o outro. Quatro bilhões dólares por ano para Israel — quatro bilhões dólares por ano para os palestinos — eles podem explodir uns aos outros e deixar o resto de nós fora desse inferno".

Essa estupidez toda foi dita pelo agora "cult" Michael Moore, autor do famoso documentário Fahrenheit 9/11, no livro "Dude Where's My Country?" [Cara, onde está o meu País?} (Warner Books, 2003).
Aliás, assiti ao documentário ontem. Não tinha visto antes. Viajei...
Fora toda aquela putaria de Bush, Bin Laden e outras histórias bizarras, fiquei imaginando tudo isso aqui em Israel. Todas as falcatruas que certamente existem na política israelense... (algumas descobertas, outras não)
Política não é somente a arte do possível, como costumam dizer. E nem somente troca de interesses. Política envolve muitas outras coisas.
Envolve poder.
Envolve também comentários imbecis, como o de Michael Moore.

ps1: continuando a sessão de notícias bizarras: uma adolescente israelense de 19 anos foi morta hoje nas colinas do Golan, no norte, ao ultrapassar uma área militar de tiros do exército israelense. A história ainda está muito mal contada. Mal demais. O link da notícia, publicada pelo Haaretz, está aqui.

ps2: Isso não tem nada a ver, mas achei impressionante. "Argentino sobrevive a terremoto, 11/9 e tsunami". Acreditam? Pasmem...

ps3: Também não tem nada a ver, mas dá pra rachar de rir. Não vou dizer nada. Entre nesse link e clique na frente de onde diz "Rezador - O credo e o pai nosso do cachaceiro". Caí pra trás de rir...

quinta-feira, janeiro 06, 2005

Visitas...

Janeiro é a época em que 99% dos programas da Agência Judaica trazem jovens judeus do mundo inteiro para cursos, programas, viagens, aulas e sei-lá-mais-o-quê. É um festival de programas, na maioria das vezes patrocinado por algum milionário americano. E isso não é ruim.
O negócio é que em uma semana comecei a receber telefonemas e visitas de um monte de gente que, de um jeito ou de outro, acabou caindo num desses programas e aterrizou em eretz israel.
Amigos meus de Belo Horizonte, de Porto Alegre, de Curitiba e de São Paulo, por exemplo, já me procuraram. É engraçado ver esse povo todo aqui.
Não era todo dia, também, que seria possível visitar a casa do Bean em Jerusalém. Agora já é...
Nos próximos posts pretendo colocar alguma coisa sobre esse povo todo... fotos, um presente legal que eu ganhei (mantendo suspense) e outras bobagens!

ps: um desses programas é o Taglit-Birthright. Existem faixas espalhadas por Jerusalém dando as boas vindas às centenas de pessoas que chegaram. Algumas delas até encontraram o primeiro-ministro Ariel Sharon.

ps2: Um novo site traz um novo sistema de câmeras para ver o Kotel (o Muro das Lamentações) 24 horas por dia. A qualidade das imagens é impressionantemente bom. Para entrar e ver as três câmeras, clique aqui! Quem sabe a gente aqui não marca um dia pra eu ir lá ficar pulando na frente das câmeras e vocês assitindo ao vivo????

ps3: O Ministério de Absorção estuda colocar no ar um canal de televisão com o objetivo único e exclusivo de ensinar hebraico aos novos imigrantes. O projeto é complexo, englobando programas para crianças e suporte técnino em vários idiomas (inclusive etíope e russo). A notícia é da própria tv estatal. Para ler a notícia em inglês, clique aqui!

ps4: Se você acha que aquele novo (nem tanto) código brasileiro de trânsito é uma zona, é porque ainda não viu o israelense. São várais leis, habilitações e sistema de pontos. Quem tiver a curiosidade, o link com o arquivo PDF para baixar está aqui! É interessante, apesar de eu nem ter carro (o Corvo não mais me pertence). Ou alguém quer me dar um de presente?

ps5: A moda aqui em casa agora é baixar episódios do Pânico na TV pela internet e rachar de rir com o Repórter Vesgo e o Ceará. O famoso beijo do repórter estagiário na Roberta Miranda, por exemplo, me fez cair pra trás de rir. O link para o beijo (e outros pequenos vídeos) está aqui, é só clicar! Os programas inteiros são baixados pelo Emule.

ps6: continuem comentando no blog, e gosto de ler também o que vocês escrevem!!!!! (e chega de ps...)

terça-feira, janeiro 04, 2005

Nada se cria, tudo se copia

E já dizia o saudoso Chacrinha...

Um programa de tv que faz certo sucesso aqui não é novidade pra nós brasileiros. Baseado no melhor (ou pior) estilo Celso Russomano, "Bulldog" luta pelos direitos dos cidadãos. Mas com várias diferenças.
A primeira delas é que o programa se passa em Israel. Isso quer dizer que os acusados não se escondem atrás das portas, não deixam de atender telefonemas e nem fogem das câmeras. Pelo contrário.
São israelenses, então gostam de discutir. O que se vê são bate-bocas intermináveis conduzidos pelo carismático (sim, por incrível que pareça) apresentador Guy Meroz.
Aliás, Meroz está mais para uma versão cool do documentarista Michael Moore do que pra Russomano.
O programa de hoje, reprisado, mostrou o drama dos israelenses que moram nas proximidades do Aeroporto Internacional Ben Gurion, em Lod. O ruído exagerado provocado pelas aeronaves dia e noite (principalmente as da companhia israelense El-Al, segundo a reportagem), impede os moradores de terem uma vida normal, de dormirem à noite etc.
Nisso aparece Guy Meroz, entrando em contato com mal-humorados representantes do Aeroporto, da El-Al e até da Aeronáutica. Aprontou uma confusão, do jeitinho que o "Aqui Agora" nos ensinou!


ps: Israel termina 2004 com 6 milhões e 862 mil habitantes. Desses, 76% são judeus, 20% são árabes e o restante fazem parte de minorias étnicas (como os drusos). A informação é da Central Israelense de Estatísticas, reproduzida pelo Iton Gadol da Argentina.

ps2: Anteontem fui a Tel-Aviv. Fazia frio. A van que nos levava parava de 5 em 5 minutos na estrada com problemas no motor. Fui a apresentação de um curso da Hagshamá sobre Liderança e Política Israelense. Ainda estou pensando se vou cursá-lo. Me pareceu básico demais...

ps3: essa não deu pra acreditar. A matéria saiu ontem no Maariv. Uma senhora israelense, aqui em Jerusalém, costuma visitar o local do atentado que matou sua mãe há quase 3 anos . Essa semana, ao chegar no pequeno monumento erguido em memória aos mortos, deparou-se com uma surpresa. Uma lata de lixo foi colocada exatamente embaixo das placas de memória pela prefeitura. A matéria está em hebraico, mas quem não entende pode ver as fotos. É só clicar aqui!

ps4: por que ninguém comenta nessa desgraça desse blog? Tá ruim demais?

segunda-feira, janeiro 03, 2005

Paisinho filha da puta

Queria que alguém me dissesse o que essa merda desse país tem de especial. É tudo igual , parece o Brasil. Tem pessoas boas, mas também tem um monte de mau-caráter, um monte de ladrão, um monte de imbecil.

sábado, janeiro 01, 2005

Destrinchando "Olga"

Antes de mais nada, um brinde a 2005!!! Muita paz, saúde, sucesso, blá blá blá blá blá...
E que seja pior que 2006!

O primeiro filme que assisti em 2005 foi o badalado Olga: mais uma tentativa frustrada de adaptar um best-seller para o cinema.
"Olga" peca em vários pontos. Mas vale a pena por outros.

Em termos de dramaturgia, de arte, de cinema, não passa de um filme de Sessão da Tarde. "Prestes" (Caco Ciocler) age como um bobão, longe da figura verdadeira e revolucionária de Luís Carlos Prestes. As falas são decoradas (muitas vezes parecem ser ditas por robôs): culpa do texto e dos atores ruins. Camila Morgado, que faz Olga, tem alguns bons lampejos, principalmente na meia hora final. Poucos. No fim, dá a impressão que ganhou o papel só porque é parecida com a verdadeira Olga. Acho que a Patrícia Pillar, cotada para viver Olga, teria dado conta melhor do recado.

Se como "cinema" o filme não é dos melhores, como uma razoável aula de história ele dá pro gasto. Ainda mais no Brasil, um país acostumaddo a reverenciar jogadores de futebol e cantores de pagode. Apesar de confuso, principalmente quando tenta contar sobre a tentativa da revolução no Brasil (Intentona Comunista), o filme ensinará muita gente sobre quem foram todos esses personagens, o que era o Brasil na década de 30 e o antissemitismo no governo Vargas. Mostra parte história da repressão política no Brasil, a disputa de idéias, os conceitos de política e o turbulento cenário que viveu Olga no país.

Para os ignorantes pseudo-comunistas de plantão, o filme é uma boa pedida. Dando nome aos bois, digo praqueles que se dizem militantes do PSTU, PC do B e PC não-sei-das-quantas. Espero que entendam como é possível ser judeu e comunista ao mesmo tempo!

Uma presença que dá brilho ao filme é a de Fernanda Montenegro, que vive a mãe de Prestes. Dá show, como sempre...

Com tudo isso, não quero dizer que não vejam a obra... filmes são feitos para serem vistos. Quem conhece a história de Olga, verá uma versão romanceada do livro. O livro, de Fernando Morais, sim é sensacional. Escrito há 20 anos, "Olga" já vendeu mais de 600 mil cópias no Brasil.

Para uma crítica "judaica-puxa-saquista" do filme, clique aqui!

Para uma crítica mais profunda sobre a figura de Olga, clique aqui!

Para ler críticas de pessoas diversas, clique aqui!