Duas torcidas unidas!
Um pouquinho da minha vida aqui em Israel... jornalisticamente ou não, alguns pensamentos e bobagens sobre como é viver nesse pequeno grande país!
Essa é a capa do jornal Yediot Acharonot de hoje, terça-feira. Em letras garrafais, a manchete: A DECISÃO.Vou tentar traduzir aqui procês mal e porcamente as partes mais importantes, ok? (para quem quiser ler a notícia via portal Terra, clique aqui!)
O Discurso - Sharon: "É a hora do destino de Israel. Em toda vida não sabia dessa decisão tão difícil. A ´desconexão` (retirada) irá nos fortalecer. Nenhuma espada sozinha vai decidir a luta nesse país"
O Drama - Netanyahu pressiona Sharon para aceitar o Plebiscito, mas espera-se que ele vote à favor (da retirada).
A Votação - À noite, às 20h, espera-se que a Knesset receba a decisão histórica. 65 membros da knesset apóiam a retirada de Gaza; 59 votarão contra.
Pesquisa - 65% à favor da retirada, 26% contra.
Meus olhos ficaram perdidos na primeira noite desse fim de semana que passei em Tel-Aviv. Não sabia pra onde olhar. Tel-Aviv é mesmo um outro mundo, um outro planeta. Vou dar dois exemplos.
O primeiro já é logo o da foto aí em cima. Na sexta-feira, milhares de pessoas lotaram a orla para o já tradicional "Love Parade Tel-Aviv". De homossexuais a drag-queens, de bêbados e drogados a turistas, via-se de tudo no calçadão... Caminhões de som passavam pela praia, na maioria das vezes com propaganda de alguma boate,com DJ de música eletrônica e dezenas de gostosas rebolando em cima dele... lembra até uma tentativa de trio elétrico. Atrás dos caminhões, viam centenas e mais centenas de, vamos dizer, foliões.
A "Love Parade" durou de 1 da tarde até umas 6 ou 7, mas acabei saindo mais cedo por causa de um churrasco que estava programado. Mas era cada peça rara que apareceu por lá que não dá pra esquecer (um cara de cueca dançando embaixo de uma mangueira, um beijo apaixonado entre duas loiras cinematográficas e um mulher oferecendo cerveja pro segurança da Embaixada norte-americana, que fica na avenida da praia. O segurança fez um gesto de "infelizmente não posso", e a mulher um de "que pena").
O segundo exemplo é tão surreal quanto. Estava com o Hofnik na quinta à noite, fomos a uma barraca comer um sanduíche. A barraca, que não fica na praia (e sim na rua Ben Gurion), tinha um som alto e três mulheres dançando e servindo ao mesmo tempo (uma tinha várias tatuagens gigantes e, convenhamos, era uma princesa). Uma outra com aquela típica cara de israelense começou a fazer meu sanduíche (á minha moda, disse ela), perguntou que idioma estávamos falando e como se diz "oi" em português. Depois, na maior cara de pau e com as mãos cheias de queijo e presunto, perguntou. Como se diz "cus"? Eu disse "o que"? Ela repetiu: "cus", apontando pro seu órgão genital. Sem dó, respondi. "Buceta. Bu-ce-ta.". E ela "aahhh, buceta...", continuando a montar o sanduíche.
Tel-Aviv é assim. Na mesma quinta à noite, visitei o Museu de Arte de Tel-Aviv, aquelas pinturas e esculturas contemporânes meio estranhas, cheio de interpretações. Era um dia de visita de graça, estava lotado, até um show rolou lá dentro (um cantor chamado Ivri Lider). Tel-Aviv é o oposto de Jerusalém. Agradeço por enquanto por viver em Ierushalaim, porque se estivesse lá seria difícil estudar, trabalhar, me concentrar em qualquer coisa séria. Tel-Aviv é A cidade. Vocês me entendem, né?
ps: depois vou colocar o link com as fotos do fim de semana, ok?
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Nem sempre o final de semana em Jerusalém tem a ver com judeus, Israel ou coisas assim. Se você tá afim de pensar (nem todos gostam), a sugestão é "Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças", o último filme do Jim Carrey. Se nas escolas de Comunicação é obrigatório assistir à "O Show de Truman", as de Psicologia logo logo vão adotar esse filme na grade curricular. A direção é de Charlie Kaufman, o mesmo de "Quero se John Malkovic", e conta com um elenco milionário (Kate Winslet, de Titanic; Elijah Wood, o Frodo do Senhor dos Anéis; Kirsten Dunst, a MJ de Spiderman).
Não vou contar muito sobre ele (descubram por si próprios). O filme é excelente por ser uma comédia meio-romântica nada convencional, totalmente diferente de qualquer outra, e por trazer em pauta uma discussão filosófica: a vontade que todos já tivemos de apagar algo de nossa mente. Mostra que a única coisa que levamos com a gente, por toda vida, são todas as nossas lembranças, nossas memórias mais íntimas, e que estas ninguém pode tirar de nós! Ah, e o Jim Carrey já apresenta sinais de amadurecimento (e velhice também!!!)
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