País Tropical
Ano de 1977.
Um compositor de 36 anos deparou-se com uma árdua e quase impossível missão: traduzir para o hebraico uma dezena de sucessos da música popular brasileira.
E já que tinha competência, conseguiu.
Aos poucos, esse homem foi se tornando um dos maiores ícones da história da música israelense.
Estou falando de Ehud Manor.
Aos poucos, esse homem foi se tornando um dos maiores ícones da história da música israelense.
Estou falando de Ehud Manor.
O mito Ehud Manor faleceu aos 64 anos vítima de uma parada cardíaca, deixando mais de mil composições, algumas delas consideradas clássicas.
Isso em 2005.
Lembro-me que, na época, as redes de rádio e de televisão israelenses suspenderam as programações para dedicá-lo uma homenagem atrás da outra.
Isso em 2005.
Lembro-me que, na época, as redes de rádio e de televisão israelenses suspenderam as programações para dedicá-lo uma homenagem atrás da outra.

Mas, como disse no início, estamos nesse post em 1977.
Manor era um apaixonado pelo que fazia.
Manor era um apaixonado pelo que fazia.
Tanto é que, mesmo sem dominar com maestria a língua portuguesa, fez um trabalho primoroso. O primeiro a "comprar a idéia" do compositor foi um kibutznik de 28 anos que começava a carreira de cantor.
A segunda foi uma jovem de 21 anos, com uma bela voz e recém-saída do exército israelense.
Os dois ficariam, mais tarde, incrivelmente famosos no país.
A segunda foi uma jovem de 21 anos, com uma bela voz e recém-saída do exército israelense.
Os dois ficariam, mais tarde, incrivelmente famosos no país.
Foi assim que surgiu o projeto "Eretz Tropit Iafá" ("Lindo País Tropical"): com Ehud Manor de fundo e, no palco, Mati Caspi e Yehudit Ravitz.
O primeiro show, filmado no kibutz "brasileiro" de Bror Chail ("Bror Ráil"), logo chegou à tv israelense e aos famosos "festivais", também comuns por aqui.
Depois, o disco com o "samba e a bossa-nova israelense" foi lançado, causando um terremoto na música em Israel.
O primeiro show, filmado no kibutz "brasileiro" de Bror Chail ("Bror Ráil"), logo chegou à tv israelense e aos famosos "festivais", também comuns por aqui.
Depois, o disco com o "samba e a bossa-nova israelense" foi lançado, causando um terremoto na música em Israel.

Mas chega de blá blá blá.
Sei que os leitores do Blog do Bean querem ver o resultado disso tudo.
Nem que 30 anos depois...
Apresento pra vocês 3 músicas.
A primeira que disponibilizo por aqui foi o carro-chefe do projeto.
"País Tropical", de Jorge Ben (Jor), tranformou-se num dos maiores sucessos do fim da década de 70.
"País Tropical", de Jorge Ben (Jor), tranformou-se num dos maiores sucessos do fim da década de 70.
A segunda veio de Martinho da Vila.
A versão de "Casa de Samba" é cantada por Mati Caspi (no vocal principal, de camisa amarela) e Yehudit Ravitz (com a flor amarela na cabeça).
A terceira, rebatizada de "Eize Kadureguel" ("Que Futebol"), é a inesquecível "Fio Maravilha".
E prestem atenção no sujeito que entra no palco para "bater uma bolinha".
De uniforme vermelho, camisa 10 nas costas e uma mistura de Valderrama com Seu Madruga...
No Youtube, é possível assistir a outras versões (inclusive uma de Vinícius de Moraes).
ps1: Esses dias, vi um cartaz bem perto da minha casa que me chamou a atenção.
Foi só abrir um pouco os olhos e percebi que ele está pela cidade toda.
"Memshelet Luzerim" ou, num bom português, "Governo de perdedores".
O recado "para casa!!!" é mandado para o psycho-ministro de Assuntos Extratégicos Avigdor Liberman, para o primeiro-ministro Didi Mocó Olmert e para o metalúrgico-ministro da Defesa Luís Inácio Peretz da Silva.
Eu engrosso o coro!
ps2: Esse post está "audio-visual" demais pro meu gosto.
Ou não?