Obsessão pelo monopólio

O local: rua Ben Yehuda, centro da cidade.
O acontecimento: uma pequena manifestação de grupos GLS reivindicando reconhecimento e fim do preconceito.
Tudo corria na maior absoluta tranquilidade.
Eis que chega um senhor religioso vestido de negro e começa a discutir freneticamente com um jovem manifestante de cabelos azuis espetados (estilo punk).
De longe, pude ver o homem apontando o dedo para a cara do menino e ouvir apenas alguns gritos do velho... dentre eles, o famoso chavão "isso é um absurdo!"
Impressionante como esses "religiosos" têm fascinação em intrometer-se na vida dos outros; principalmente se eles discordam de alguma opinião ou comportamento.
Já não bastaria o status quo de Ben Gurion, que faz com que uma corja de "religiosos" tenha o controle de importantes setores sócio-econômico-culturais do Estado de Israel.
Basta lembrar-mos que eles têm o monopólio da religião judaica (e de sua identidade) em Israel.
Vocês, caros leitores, sabiam que uma pessoa só pode converter-se para o judaísmo (aqui) se for na corrente ortodoxa? Isso sem contar as dezenas de richas e brigas entre os próprios "religiosos".
Tudo isso quer dizer que um convertido só será "aceito" por "eles" (e, consequentemente para o Estado) se seguirem as mitzvot e cumprirem tudo direitinho.
Apenas isso?
Que nada.
Abaixo, é possível ver como eles exageram na dose.
Quase todo fim de semana eles fecham alguma rua, queimam alguma coisa ou fazem alguma baderna para protestar contra assuntos que estão fora de suas pautas de "moral e ética".

Se vc se considera judeu, deveria no mínimo respeitar quem mantém a religião viva, agora se não acredita em D-us, sinto muito. Volta pro Brasil."
2) Vejam só! Mais uma prova da obsessão pelo monopólio do Estado de Israel.
Se não acredito em Deus, tenho que voltar para o Brasil?
Israel só aceita, portanto, quem acredita em Deus?
Quando 99% da minha família foi dizimada nos campos de concentração nazistas, ninguém perguntou à eles se acreditavam em Deus.
Quem mais, a não ser nós mesmos, temos o direito de debochar e rir (de nós mesmos?)
Sim, senhor anônimo, considero-me judeu. E respeito, ao contrário de muitos desses que se dizem religiosos.
Ou você acha que por brincar com nós mesmos (e não seguir suas regrinhas) sou um gentio, um anti-semita fervoroso?

Há quase três anos não nevava como nevou nessa quarta-feira.
Jerusalém ficou mais bonita do que de costume...
Um dos jornais da noite, por exemplo (no arutz 10), deu mais destaque para a neve do que para uma declaração do Ministro de Exteriores egípcio, que afirmou que o soldado israelense Gilad Shalit (sequestrado em julho por terroristas palestinos) estaria vivo.
Outra curiosidade (ou polêmica) foi citada no blog em espanhol "Del arte de cruzar los océanos". Interessante a foto escolhida pelo site do jornal Haaretz para ilustrar a neve que caía no exato momento em Jerusalém: a de um palestino em Ramallah (e, ao fundo, uma gigante fotografia de Yasser Arafat).
Deixo todos vocês com um pequeno vídeo que filmei no centro da cidade, no ápice da neve.
Para ver a neve em Har Hatzofim, no campus da Universidade Hebraica de Jerusalém, clique aqui!