Como disse, estive em Tel-Aviv anteontem.
Um dia. Não a passeio. Ou não totalmente.
Fui, com o Fábio, arrumar nosso aparelho de DVD que estava estragado há meses. História patética. A assistência técnica oficial da Daewoo em Israel é um muquifo sem precedentes. Aqueles de fundo de rodoviária: uma portinha, dois russos trabalhando, várias peças espalhadas pelo pequeno cômodo.
Trocaram o leitor de cd. Tudo bem. Um dos russos consertou na hora, me entregou o aparelho, virou-se e continuou a trabalhar. Ninguém pediu papel algum com garantia, nota fiscal, nada.
Olhei para o Fábio e não tive dúvida. "Vamo embora!".
E fomos à praia, sem saber se fugimos ou não da assistência.
De qualquer forma, posso agora assistir alguma coisa no tempo livre...
Voltamos de trem para Jerusalém. A famosa linha de trem, tão comentada nas últimas semanas. Sim, uma viagem confortável. Trem é trem, não "trem" comparação. Mas, de Tel-Aviv para Jerusalém, não recomendo. Primeiro; é mais caro (tudo bem que tenho carteira de estudante, mas mesmo assim).
Segundo; é mais lento. Meia hora a mais numa viagem que duraria 45 minutos de ônibus faz uma baita diferença.
Terceiro; a estação de trem de Jerusalém fica no (perdão!) cu da cidade. Além disso, é preciso caminhar uns 500 metros para fora da estação, numa subida, para chegar ao shopping center Malha e aos pontos de ônibus que levam ao centro da cidade. Ridículo.
Quatro; são poucos os horários entre Tel-Aviv e Jerusalém. Já os ônibus saem de 15 em 15 minutos.
Trem pra Jerusalém? Neeeeeeem..... (é só notar minha cara de "totalmente satisfeito").

ps1: Isso aconteceu há alguns dias. Achei que poderia ser mais um fogo de palha, mas parece que a situação está se arrastando. Por isso virou pauta do blog. A Associação Britânica de Professores Universitários vem boicotando, já há alguns dias, as Universidades israelenses de Haifa e Bar-Illan. Eles votaram pela suspensão de todos os vínculos com essas duas instituições, concordando em divulgar entre seus membros declarações de organizações palestinas conclamando para um boicote total aos acadêmicos israelenses. A Universidade de Haifa foi acusada de destratar um palestrante que seria antissemita. A decisão foi, obviamente, condenada por grupos acadêmicos judaicos na Inglaterra. O Board of Deputies, entidade judaica britânico, descreveu a medida como "uma ação irresponsável e perigosa".
Apesar de ser preciso averiguar exatamente o que aconteceu com esse tal palestrante, eu descrevo a medida como racista. E fim de papo.
ps2: Não tenho dúvidas de que, se não quiserem sair pelo bem, sairão sentindo o bolso. Uma fábrica de helicópteros militares localizada na zona industrial de Atarot, no norte de Jerusalém, perdeu cerca de 8 milhões de dólares em 2004. Motivo? O estabelecimento localiza-se do outro lado da Linha Verde, ou seja, dentro do território palestino.
Por esse motivo, os Estados Unidos deixaram de investir na fábrica.
A direção dirigiu-se ao Ministério da Segurança solicitando a transferência da fábrica a um terreno em Lod, próximo ao aeroporto internacional Ben Gurion. Mas o governo israelense e a prefeitura de Jerusalém negaram por motivos políticos.
E vão continuar negando, até que a fábrica entre em falência. Tomara. Porque assim, sai na marra!
ps3: Não quero fazer apologia (credo), mas achei legal divulgar essa campanha. Uma organização israelense chamada Yad Leachim ("iad learrim" - "Mão aos irmãos") trabalha para "recuperar" mulheres judias que se apaixonam por árabes. Calma, vou explicar.
Depois de um tempo vivendo com eles, suas vidas se transformam várias vezes para pior. Muitas são maltratadas e proibidas de saírem às ruas do povoado árabe ou palestino em que vivem.
Segundo a organização, não são um ou dois casos. São centenas. Normalmente, essas mulheres têm filhos com os árabes, o que resulta numa complicação a mais (por questões de educação, cultura, essas coisas).
No fundo, essa organização ajuda essas mulheres a ter uma vida normal ou até mesmo voltar às cidades judias, se é do desejo delas.
Abaixo, um cartaz da campanha: "Quando uma criança judia chama-se Ahhmed".